30 dezembro 2007

Que venha 2008

Este ano não faço um balanço. 2008 será melhor, sem dúvida, mais que não seja pela nossa vontade que assim seja. Não podemos fintar as adversidades, mas podemos dar-lhe um tom mais colorido e foi assim que enfrentei 2007 e que me permite estar aqui a escrever de sorriso nos lábios e cheia de garra para enfrentar o novo ano que se avizinha cheio de coisas boas. Porque se pensar bem, há tanta gente bem pior que nós, por isso, há que agradecer tudo de bom que este ano que termina teve e pensar que, apesar de tudo, foi um ano cheio de sorrisos, cheio de amor, cheio de união, que nos reforçou como família, como casal, como mãe e filha e eu não poderia sair mais feliz.
Passo a passo, a vida recomeça a recompor-se para nós, a luz ao fundo do túnel começa a ser visível, eu começo a reencontrar o meu caminho e vejo que ao meu lado tenho de pedra e cal duas das pessoas mais importantes da minha vida, o meu marido e a minha filha.
Tenho fé neste novo ano, em nós, na vida e em Deus, porque o pior já passou e a partir daí será sempre a melhorar.
Apesar de tudo consigo estar agradecida pela forma como conseguimos enfrentar e ultrapassar todas as adversidades. Apesar de tudo o meu sorriso nos lábios nunca me abandonou e posso dizer que fui feliz, muito feliz neste ano que passou.
Para 2008 que venha a saúde e um pouquinho mais de dinheiro ( já agora ) e que se mantenha a paz, o amor, a harmonia e a tranquilidade no nosso lar.
Feliz 2008 para todos!

27 dezembro 2007

Natal Piroso

O neto finge que canta, a neta finge que toca, o tio/pai ( meu irmão ) finge que aranja um microfone, a avó finge que não canta mas canta e eu finjo que fotografo, mas filmo :)

Ps 1 -Quando a minha mãe souber que publiquei este vídeo vai no mínimo tratar de me excomungar.
PS 2 - Para a próxima festa de família não esquecer de arranjar Dvd's novos de karaoke.
PS 3 - Ao fim de quase 3 anos de blogue o primeiro vídeo. Dado o tempo que demora a carregar deve ser o primeiro de muito poucos ( para não dizer único ) :)

O nosso Natal

Véspera em casa dos tios do Nuno com a família paterna, dia em casa do meu irmão com a família materna.
Antes do Pai Natal chegar ela estava numa excitação que só visto.
O Pai Natal entrou pela porta da cozinha carregado de presentes mas ela ficou tão assustada que nem o queria ver. Tivemos de " desmascarar " o boneco e dizer que era a tia mas nem assim quis ver. Ela estava aterrada de medo, colada ao meu pescoço e a tentar trepar por mim acima. Lá aceitou uma prenda das mãos da tia e foi abrindo os presentes com a minha ajuda até que já não queria rasgar mais papéis, queria era brincar com os presentes novos, pois só lhos mostravamos e passávamos ao embrulho seguinte.
Um exagero ainda maior que no ano passado, a tentar corrigir nos próximos anos. Tem um quarto cheio de brinquedos e quase todos de grandes dimensões, eu não sei o que fazer a tanta coisa.
Esteve tão excitada nesses 2 dias que fartou-se de se descuidar e os xixis nas cuecas foram mais que muitos.
Ontem passamos o dia as duas, a brincar e a explorar os novos brinquedos já que a creche esteve fechada.
Das prendas dela, a que fez mais sucesso talvez tenha sido o carrinho de médico com os apetrechos e o orgão das princesas ( e sem saber na carta do pai Natal pediu um piano, uma boneca e muitas prendinhas ). O menos amado foi o carro telecomandado da Chicco, uma das ofertas nossas ( pais ) :(.
Para além disso, no quarto dela está uma cama nova de bonecas, um armário para as roupas das bonecas, uma catrefada de novas bonecas, comidinhas, um supermercado e eu sei lá mais o quê.
Como já li algures, não foi o meu melhor Natal, mas foi um bom Natal ilustrado pelos sorrisos maravilhosos da minha menina e pelo amor e calor da família.

21 dezembro 2007

E como não devo vir aqui antes...

Votos de um Natal cheio do melhor que a vida tem, paz, amor, harmonia,sorrisos, gargalhadas e muita muita felicidade.

Feliz Natal

Encontro casual

Depois de sair da festa o pai foi cortar o cabelo e eu fui com ela ao Colombo pois era o último dia para trocar o telefone NOVO avariado.
Ora no Colombo está um belo combóio, uma mini disco e um pai Natal delicioso. Ela não queria sair de lá ( mas tirar foto do pai Natal ou ir ao colo dele nem pensar ).
Enquanto ela estava na mini-disco olho para o lado e vejo uma carinha pequenita conhecida. Procuro a mãe e lá está ela ao telefone. Gesticulo e lá me identifico.
As meninas ainda deram uma volta no combóio e depois decidiram que giro giro era fazerem uma birra e lá viemos embora com 2 meninas birrentas, cada uma para seu lado.
Vamos ver se conseguimos neste novo ano ( ou ainda este ano quem sabe ) um encontro mais tranquilo :)

Momentos embaraçosos

Na apresentação diz-me que quer xixi e quando o diz já estava de collants e cuecas para baixo e vestido levantado.
Saio disparada para as casas de banho não sem antes dar um valente pontapé no sininho da professora de música que foi parar uns bons metros à frente.
Ponho uma plateia a rir do espectáculo ( do pontapé e dela de rabo ao léu ) e quando voltamos a entrar ela diz alto e bom som:
- Ai mãe, tenho uma coija no cú! ( tinha as cuecas enfiadas no dito )
Tudo a rir e eu com a carinha 365 como quem diz:
- Crianças, onde aprendem estas coisas ( e com uma vontade de sair a correr de seguida ):)

20 dezembro 2007

Apresentação de Natal da aula de Música

Hoje era a apresentação, aliás, foi, ela é que acabou por só assistir. Era para cantar a música do Pinheirinho ( como eu suspeitei ) e uma música de Mozzart com letra de Natal mas hoje, TODOS os meninos da sala dela estão doentes à excepção dela ( vamos ver se assim continua ).
Tentaram que actuasse com os meninos dos 3-4 anos ( porque cada sala ia cantar 2 músicas e a de Mozzart era comum a todas ) mas assim que me viu na fila da frente ( eu bem disse ao pai que era melhor irmos para trás ) já não quis saber da música e não me largou.

( Encostadinha a mim não fosse eu fugir )

Voltaram a atacar com força...

A pergunta para quando um mano voltou a andar na berlinda. Já me irritou mais confesso, mas não deixo de achar uma intromissão e até mesmo como uma crítica.
A doença fez com que possa responder sem afirmações mais agressivas do tipo: Quando ela nos deixar dormir ou quando puder pagar 2 mensalidades do colégio.
Agora posso dizer que mesmo que quisesse não posso e não poderei pelo menos nos próximos 6 a 9 meses. Isso dá-me alguma margem de manobra e sossega as mentes ansiosas, mas confesso que já estive tentada a dilatar o prazo propositadamente para que quando esse prazo terminar, não voltem a chover as perguntas.
Não consigo perceber esta curiosidade, juro que não consigo.

Dos disparates...

Depois de fazer xixi no bacio, levanta-se e mete o pé calçado com uma meia grossa dentro do mesmo.
De vez em quando dá-lhe a travadinha, é que só pode!

19 dezembro 2007

Da memória visual dela

Percebi como faz tão bem os puzzles em madeira, mesmo que seja a primeira vez que os vê. Ela decora a posição das peças e depois recoloca-as sem olhar para a forma da peça em si mas pelo que se recorda, por memória fotográfica. Percebi isso quando na base do puzzle vazio me disse onde era cada uma das peças ( sem as peças junto dela ) apontando para os espaços vazios ( aqui é a baca, aqui é o tátor, aqui é o pato, etc ).
Das muitas prendas que temos debaixo da árvore de Natal ( que estão todas debaixo da árvore ), decorou para quem são muitos dos embrulhos só tendo perguntado uma vez para quem eram e sendo que muitos dos papéis de embrulho são iguais entre si.
Esta memória fotográfica deixa-me de " cara à banda ".

Letras

Para além do B e do O reconhece o A e também o E desde que sejam maiúsculas e em letra de imprensa. Ainda me custa a acreditar mas de facto basta perguntar-nos uma vez e dizer-lhe que decora.

Falei cedo demais

Quando dizia que na palavra fruta o éfe era substituído pelo xis. Decidiu-se a mudar por p e agora fruta é mesmo puta. Difícil de manter a mesma expressão facial quando me diz:
- Não gosto desta puta!
Felizmente que ainda nunca o disse em público.

Nota pessoal

Lembrar-me de nunca mais lhe comprar camisolas interiores que não sejam lisas.
Hoje estreou uma camisola interior com um urso estampado e não queria vestir outra camisola por cima para não tapar o urso.

18 dezembro 2007

Aiiii feitiozinhooooo!

Faz uma birra para se sentar na cadeira porque quer continuar na galdeirice e não quer ir para casa. Não se quer sentar e com o esbracejar e o corpo hirto conseguiu dar um safanão nos meus óculos e salta uma das lentes. A mim salta-me a tampa e salta-me também a minha mão no rabo dela com 2 palmadas com força. Não cede e continua " firme e hirta ". Sento-a à força e acabo por me sentar junto dela no banco de trás para ver se acalmamos. Vai a chorar e quer a chucha que no meio da confusão foi parar ao chão. Digo-lhe que não apanho a chucha porque ela a tinha mandado para o chão, como tal era porque não a queria. Continua a chorar e a pedir a chucha e eu vou dizendo o mesmo e não lhe dou a dita.
Quando acalma explico que estou triste com o que tinha feito e digo que tem de pedir desculpa e não voltar a fazer o mesmo. Recusa-se a pedir desculpa e prefere continuar a chorar do que ceder. Vimos o caminho quase todo nisto ( uns bons 15 minutos ) até que lá se decide a pedir desculpa, sem me olhar nos olhos. Diz que não volta a fazê-lo, volto a repetir-lhe a lição de moral e lá lhe dou a chucha. Agarra-se à fralda e de chucha na boca quase adormece mesmo quando estamos a chegar.
O pai reclama e diz que sai mesmo à mãezinha dela que prefere partir a quebrar. Eu prefiro pensar que é da fase dos terríveis 2 anos ( porque as fases passam, certo??? )

Por cá...

O outro canino inferior rompeu. Ficam a faltar os 4 últimos molares.
As noites tem sido um " espectáculo " entre pesadelos, acordar a chorar porque quer xixi, tosse e choros e choramingos que associo à erupção dentária.
Como tenho me deitado muito tarde por causa da formação e acordado muitas vezes de noite ando cansada e sem grande vontade do que quer que seja. Nunca me custou tanto fazer uma formação como me está a custar desta vez. Isso relembra-me que não estou ainda recuperada, apesar de eu querer esquecer isso, apesar de eu o querer ignorar. O corpo ( estou constipada e de garganta inflamada ) e a mente relembram-mo e alertam-me para só me meter noutra, quando estritamente necessário ( como foi o caso ).
Felizmente a formação acabou hoje e a partir desta semana poderei descansar mais um pouco, assim a minha filha nos deixe dormir.

Mais uma festa

Hoje lá estava a convocatória para a festa no âmbito da aula de música.
Dia 20 lá estamos.

17 dezembro 2007

Saídas dela

No Domingo a caminho do local da festa cruzamo-nos com o carro de uma colega da Beatriz. Comento,

- Vai ali a Inês.
Prontamente sai-se com esta com tom de satisfacao:

- Inês, xua maúca!

Risada geral, pois claro.

Fim de semana socialmente agitado


Sexta à noite jantar de Natal de uma das empresas para a qual trabalho entre família e amigos,com troca de presentes pela pequenada e muita conversa. Não fui à formação para ir ao jantar ( ó que pena ).
Sábado de manhã sessão de cinema bem cedo com direito a um breve encontro com estes amigos, para ver o filme : "A historia de uma abelha ". Não pensei que fosse aguentar a sessão mas o que é certo é que a primeira hora correu muito bem, depois disso quis xixi, depois não queria voltar para a sala mas lá voltou e nem 5 minutos depois queria cócó. Conseguiu ver o filme todo, ela que não aguenta 5 minutos em casa em frente da televisão.
Almoço com uns colegas e amigos do pai. Lanche com as blog-amigas de sempre.
Jantar em casa da minha mãe.
Domingo, manhã na sorna e tarde dedicada à festa de Natal do colégio. Muito fraquinha este ano, muito curta, mas nem por isso se pagou menos por isso. A minha princesa foi um belo duende que veio trazer as prendinhas para os meninos no Natal. Parece que na sexta eu estava a adivinhar ao fazer esta brincadeira. Era para ser a primeira a entrar em palco ( tal como o ano passado ) mas assustou-se quando olhou para a plateia enquanto choramingava e chamava por mim. Lá entrou, fez o papel dela e no final ameaçou chorar novamente mas foi colhida pelo colo da educadora. Não cantou a música do pinheirinho nem nada que se parecesse, afinal a coreografia do pinheirinho deve ser das aulas de música ou então de uma das muitas actividades que fazem para os entreter durante o dia.
Era suposto irem todos de camisola amarela e collants da mesma cor mas a maioria das collants eram brancas e as camisolas eram ou brancas ou esverdeadas. Poucas eram amarelas mas debaixo do fatinho de feltro disfarcou muito bem.
Este ano só houve uma actuação por sala ( ao contrário do ano passado que foram pelo menos 2 ) e dado que há muito menos meninos no ATL ( pela prorrogação dos horários nos públicos ) 2 horas depois estavamos cá fora, de prenda na mão e com aquela sensação que se o ano passado foi o 80 ( de exageradamente demorado ), este ano foi o 8.
Boa nota para o final da festa com uma actuação ao som desta música de todas as educadoras, auxiliares, dona do colégio e pessoal de apoio, vestidas de belíssimas " Mães- Natal ".
Acabamos o Domingo com uma passeata pela baixa para ver a iluminação de Natal.

Bem vindo Hugo

A Beatriz foi o último membro de ambas as famílias a nascer.
Um ano antes o meu sobrinho Daniel e 11 anos antes dele a Patrícia.
Até então houve um interregno de muitos anos sem nascimentos, sem crianças pequenas.
Hoje a família renasce com a vinda deste novo benjamim.
Desde que sou mãe que os nascimentos me emocionam, mas hoje, que foi o nascimento de um primo da minha família depois do nascimento da minha menina, estou naquele misto da emoção, alegria e nostalgia.
A minha Beatriz deixou de ser o mais novo elemento da família, e hoje a minha " bébé " cresceu mais um bocadinho, hoje relembro o que há pouco menos de 2 anos e meio senti pela primeira vez e tenho saudades. Tenho saudades de ter um bébé.

14 dezembro 2007

Os nossos votos de Feliz Natal

Foi o melhor que conseguimos dados os poucos ensaios.
Divirtam-se :D

:D ( Contento-me com pouco )

Ontem comeu 1 concha e meia de sopa ao jantar distraída e sem reclamar.
Já nem sequer comeu fruta é certo mas como a sopa lá tinha uma maçã cozida dentro menos mal.
Um dos caninos ja rompeu. Coincidência, pois claro!

13 dezembro 2007

As pessoas mudam

Não concordo que se tentem moldar pessoas à nossa imagem e semelhança, não acho sensatos os casamentos feitos na esperança que a outra parte mude nos seus valores fulcrais ou atitudes. As pessoas são como são e ou se toleram as diferenças e se aceitam ou não vale a pena pensar mais nisso. Isto vale para o amor e para a amizade, para as relações familiares, para todo o tipo de relações com outros seres humanos. Eu penso assim e se as diferenças entre mim e o outro ser humano são aberrantemente notórias e que chocam com os meus valores essenciais, então não vale a pena insisitir numa relação com a outra parte. As pessoas tem de mudar por si e não pelos outros. Não temos de ser amigos de todas as pessoas que conhecemos ( o que não quer dizer que não sendo amigo é inimigo, felizmente não considero ninguém assim ).
Mas há coisas que ao longo da vida, os anos, a experiência ou a falta de paciência nos fazem mudar. Mudamos nas coisas mais básicas, mas as essenciais, as que nos fazem defender princípios tão importantes como a vida e a dignidade vamo-nos mantendo fiéis. Por exemplo, deixamos de fazer uma algazarra porque aquele senhor está a tentar meter o carrinho dela à frente do nosso, como se estivesse distraído com a fila enorme formada " atrás dele ", ou então, se não eramos de fazer algazarra passamos a fazer. Dizem-me que isto é consequência dos 30 ( que no meu caso ainda não chegaram em termos de idade física ). Eu acho que são consequências de situações bem mais graves, que essas sim, merecem que percamos a paciência de vez em quando.
Com a maternidade houve tanto em mim que mudou que descrevê-lo daria não um, mas vários posts em constante actualização. Ganhei um pouco mais de tolerância com os outros, passei a valorizar e a sentir-me ainda mais próxima da minha mãe e por outro deixei de desculpar as atitutes dos maus pais, como o meu.
Se por um lado descobri um amor incomensurável, por outro repesei todos os outros amores que cabem no meu coração e que em comparação com aquele amor, eram infinitamente mais pequenos. Durante uns tempos esta problemática causou-me alguma tristeza, como se tivesse deixado de gostar tanto dos outros. Até que percebi que o amor pelos outros não mudou, mas o coração fica tão preenchido que não consegue às vezes dosear-se a si próprio, porque o coração não é racional.
Aprendi a amar o que tenho de mais importante na vida e tive de aprender a deixar que esse amor não lhe cortasse as asas, nem nos ofegasse. Perceber que somos dois seres ligados para sempre mas diferentes entre si, que precisam de tempo para si e para os outros foi outra lição difícil de aceitar.
Foram tantas as alterações da maternidade que sem dúvida me olho ao espelho e a tranquilidade que vejo no meu rosto é espelho disso mesmo. Sinto que em 2 anos amadureci muitos mais. Mudei, para melhor numas coisas, para pior noutras, como em tudo na vida.
A última " mudança " em mim deu-se há pouco tempo, descobri o prazer da pintura, sem qualquer pretensão de fazer obras de arte. Também há pouco tempo, descobri o da leitura ( que eu era uma leitora muito pouco frequente de livros ). Hoje por exemplo fui à FNAC e não digo o que gastei em livros nem digo o quanto gastaria se tivesse trazido tudo o que me deu vontade.
Se eu tivesse uma máquina do tempo e recuasse uns 5 anos, não diria mais, e se me dissessem com eu seria hoje talvez duvidasse, talvez dissesse que eu nunca iria deixar que o senhor do carrinho de compras me tentasse passar à frente sem ouvir das boas [ que deixá-lo passar a frente ( ainda ) não deixo ], talvez dissesse que nunca aceitaria que um filho meu tentasse bater, que nunca toleraria uma birra em público ou que filho meu comeria o que está no prato sem direito a discussão. Talvez dissesse que eu nunca na vida agarraria num pincel e poucos ou nenhuns seriam os livros de mais de 100 páginas que eu iria conseguir ler até ao fim.
E ainda dizem que as pessoas não mudam, mudam sim, todos os dias um bocadinho.

Não é justo...

Acordar às 3h30 da manhã com uma filha a chorar porque quer fazer xixi no bacio. Fingimos que não ouvimos mas percebemos pelo aumentar dos décibéis que a coisa não fica por ali. Levantamo-nos a muito custo, retiramos-lhe o ninho e levamo-la ao WC prontas para a colocar na sanita com o redutor. Não quer a sanita ( isto sempre a chorar ou diria, a gritar?? ) quer o bacio. Tiro o bacio e não quer o bacio na casa de banho mas sim na sala. Levo o bacio para a sala onde dorme o pai ( que a menina estava a dormir comigo pois já antes tinha dado um ar de sua graça ). O pai já estava acordado com a choradeira mas resolvo não o despertar mais e não acendo a luz. Fica à luz das luzinhas da árvore de Natal, que para mim quase encadeavam tal era o sono ( tinha adormecido há pouco mais de 1h30 ). Continua na choradeira e quer a luz acesa e não se senta no bacio. Eu não argumento e lá acendo a luz. De repente acabou o choro, acabou a birra, senta-se no bacio e decide que aquela era uma excelente hora para ouvir uma história e brincar com os jogos de encaixe novos que o pai trouxe. Não lhe leio história nenhuma mas ela saca dos jogos e toca de brincar enquanto fazia o xixi. Faz o dos números, vai me dizendo os números todos, conta e no final agarra no outro jogo e quer que eu jogue. O meu mau humor aí já estava refinado e disse que não ia jogar a nada que aquilo não eram horas de jogar, que eu ia dormir e que se ela queria ficava ali na sala mas ficava sózinha que eu e o pai queriamos dormir ( assim tudo seguidinho dito com uma cara de menina birrenta ). Levanta-se, limpo-a e vamo-nos deitar. Adormece a seguir e eu fico a pensar que esta miúda é doida, que me troca as noites pelos dias e que gosta de me ver revirada.

12 dezembro 2007

Uma tarde bem passada

Ontem finalmente encontramo-nos. Parece repetitivo mas a sensação não foi de forma alguma de um primeiro encontro. Falavamos há muito, partilhavamos desabafos, temos várias coincidências em comum e ontem lá se deu o tão desejado encontro.
Uma tarde que passou a correr com um bom almoço pelo meio, um belo passeio descontraído e muita conversa posta em dia. Deu para descobrir ainda mais afinidades e a vontade quando chegou a minha hora não era de vir. Senti-me muito bem recebida, como se já conhecesse a pessoa, o espaço e o lugar. Como se fosse usual partilharmos pedaços dos nossos dias assim e que apenas não o faziamos há muito tempo, como se fosse uma amizade de infância que o destino resolvera reunir.
Não é demais dizer que gostei muito de estar contigo e que temos de conseguir de vez em quando repetir( e para a próxima o almoço é por minha conta ).

Espertalhona

Ontem cheguei a casa com um saco cheio de " murshmellows ", sugos e rebuçados, presente de uma amiga minha para ela.
Digo-lhe que quem tinha oferecido tinha sido uma amiga da mãe e disse o nome.
Ela fica radiante e quer logo comer uma ( e outra e outra ) goma ( murshmellows ).
Damos-lhe e passado um bocado vem ter comigo e diz-me:
- Eu gosto dos amigos do pai.
- Gostas? Eu também gosto dos teus amigos. Se eles gostam de ti eu gosto deles
.
Não percebi que o que ela me vinha dizer era que gostava dos meus amigos por lhe terem enviado a prenda.
Passado um bocado volta a ter comigo com outra goma na mão e diz o mesmo. Aí percebo e pergunto porque gosta dos amigos do pai, ao que me responde com o sorriso mais malandro que conseguiu:
- Deu isto.
Digo-lhe que quem deu não foi um amigo do pai mas uma amiga da mãe, repito o nome e digo que não gostamos das pessoas porque nos dão presentes mas porque nos dão miminhos, beijinhos e carinhos ( não vi melhor forma de lho explicar ainda ).
Diz-me que sim e pergunta-me pela minha amiga Susana. Digo que está em casa com as filhas dela e o pai. Pergunta os nomes das filhas e também se estão a comer gomas.
Hoje de manhã a primeira coisa que me pede quando acorda são as gomas.
Amiga, quando ela te vir e souber que és a Susana das gomas, acho que vai ser a primeira coisa que vai pedir :)

Pergunta pela manhã

Levava um macaco ( boneco ) na mão. Queixava-se que o macaco era pesado.
A caminho da escola pergunta-me:
- Óh mãe, o macaco tem macacos du dariz?
E eu riu e digo que sim sem mais explicações.

Músicas " à la carte "

Domingo passei pelo canal de Tv que dava a missa. Quis ver. Estavam a filmar o coro com cânticos religiosos.
Pegou no banco e sentou-se em frente da televisão muito atenta. Dizia que eram as músicas do Jejúj ( Jesús ). O coro termina mas continuam a filmá-lo e ela pede-lhes:
- Agora canta o mexo o dedo.
E eu desatei-me a rir.

Momento Kodak

Chego da formação e vou buscá-la à nossa cama onde está no meu lugar.
Pego-a no colo para a levar para a cama dela e digo-lhe sussurrando ao ouvido:
- Olá amor, a mãe chegou.
Aninha-se em mim abre ligeiramente os olhos, fecha de seguida e pergunta:
- A mãe chigou?
- Sim filha, cheguei.
Isto teria sido absolutamente amoroso e enternecedor não fosse ela fazer-me imediatamente depois, o seguinte pedido:
- Quero ueite mãe!

Isto de ter um blogue e de escrevermos com regularidade...

É bom perceber que temos " leitores assíduos " que quando denotam a nossa ausência, ainda que pequena ( mas como escrevo muito representariam muitas linhas ) nos procuram preocupados não pela falta de notícias, mas pelo que isso poderá representar.
Estamos bem ( ela com tosse e eu mais cansada mas bem ), com alguns posts em draft na minha memória ( que não sei até quando que a memória continua lastimosa ) mas bem.
Cansaço, falta de tempo e às vezes falta de vontade, mas hoje ( já não é hoje que já passa da meia noite ) achei que deveria tranquilizar quem nos lê e se preocupa.
Estou em formação o que faz com que chegue a casa a horas " tão bonitas " quanto esta a que vos escrevo e ainda assim vá preparar a mochila e roupa do dia seguinte e ainda perder os olhos uns minutos por uma obra de Paulo Coelho, o único autor que me lembro que me faz travar durante alguns minutitos o combate " pestana fechada versus pestana aberta " .
Amanhã talvez consiga dar mais notícias.
Obrigada pela preocupação.

09 dezembro 2007

Pinheirinho, pinheirinho

Desconfio que será esta a música que irá cantar na festa da escola, com coreografia e tudo.



A versão dela:

Pinheiinho, pinheiiinho
de gamos vedinhos
pa enfeitá
pa enfeitá
bóuas, bonequinhos

Uma bóua áqui
outa acouá
ujinhas q bilham
q uindo que 'stá

Óia o pai datáu
de bábas banquinhas
Táj o xaco xeio
de uindas pendinhas

É datáu é datáu
Tudo bate o pé
amos por o xapatinho
uá na xaminé

07 dezembro 2007

Fotografias de Natal

Já as temos e digamos que até está com o cabelo arranjadinho ( tiraram-lhe o rabo de cavalo e ficou só com os 2 ganchinhos ) mas a cara de desconfiada não engana ninguém.
Giras na mesma para nós pais, mas nem vale a pena dar à restante família pois vão dizer que gostam muito mais das fotos que nós tiramos, com ela a rir :)

06 dezembro 2007

O nosso presépio

Comprei ontem o nosso novo presépio. Ela gostou e beijou cada figura e achou estranho o menino Jesus não ter chucha. Mencionou-o várias vezes e disse-me para ir comprar uma chucha para o Júje ( Jesús ).
Há pouco fui buscá-la ao colégio pois esteve a vomitar, chorosa, com dores abdominais e fez uma vez diarreia. Foi dormir a cesta e voltou a querer uma chucha para o Jesús. Foi buscar uma chucha dela e foi assim que encontrei o presépio.

Dos seres especiais

Há pessoas que se cruzam nos nossos caminhos e que temos a certeza de que não foi em vão, que tudo tem um propósito e que nestes casos, não são coincidências.
Hoje tive 2 dessas certezas e a sensação é indescritível.

05 dezembro 2007

Motricidade

Já salta com os dois pés em simultâneo há talvez um mês mas tenho me esquecido de o registar.

Das trocas dela

A propósito de um episódio engraçado desta mãe com o seu V. , lembrei-me das trocas de letras que faz, como o disse aqui. Troca o som do éfe ( f ) pelo pê ( p ) ou pelo som xis ( x ).
Felizmente, na palavra fruta, substitui por xis e não por pê e por isso, fruta é xuta.
Uma palavra que eu acho graça é fotografia que sai qualquer coisa como estufía.

04 dezembro 2007

29 meses

Brincas muito, mas raramente sózinha. Queres a minha companhia, mesmo que não esteja a brincar contigo, basta que esteja.
Estás quase a meio dos " terrible two " e isso nota-se nas birras mais frequentes, no querer fazer "xójinha", na dificuldade em aceitar as contrariedades. Crescer não deve ser fácil, mas ainda assim, não posso dizer que tenha uma peste em casa. Tens dias, ou melhor, tens horas. Tens momentos que és um doce, tens momentos que nos torras os miolos.
Adoras cantar, aliás, se não estás a falar estás a cantar ( ou a fazer uma birra lá está ). O reportório de músicas é vasto e já tens muitas que eu não conheço, como a da Castanha, e uma versão final alternativa do Atirei o pau ao gato com coreografia e tudo.
Continuas a não ligar à televisão a não ser de manhã mas o DVD da Leopoldina já rodou umas 5 vezes ( em um mês ) contigo a ver um episódio completo. Inédito. Não que queira viciar-te em televisão, muito pelo contrário, mas por vezes dava-me jeito que gostasses mais de ver cinema de animação.
Vais feliz para a escola e continuas a querer levar quase todos os dias um livrinho para a educadora ler. O " uibo do ixante " ( livro do elefante - Os números da Imaginarium ), com os " númos " ( números ) tem sido o mais pedido e lido. Como o livro só tem 5 páginas com curtas frases eu e tu já o decoramos, mas ainda assim, continua a ser o mais pedido na hora do cócó. Sim porque continuo a ter de estar contigo a ler-te uma história enquanto fazes o que tens a fazer. E que demorada que és.
A fase do desfralde diurno está ultrapassada. Fralda só mesmo à noite e essa não tenho pressa de te tirar, aliás, não tive pressa em tirar nenhuma, foi e será ao teu ritmo.
Continuas muito agarrada à chucha mas geralmente só a usas para dormir, no entanto não deixas de volta e meia lembrar-te e pedi-la mas geralmente convences-te quando te dizemos que não vais dormir e por isso não precisas dela. A propósito, 99% das chuchas que tens são tamanho 0 ( zero ), todas elas de formato gota da Chicco. Como não sei se é mais ou menos benéfico para a arcada dentária não comprei as chuchas de tamanho superior e as que comprei, são de 6 meses e ao início deixava-las cair da boca. Era chucha a mais para ti :). Tenho de me informar e caso seja prejudicial o tamanho diminuto da chucha tenho de comprar novas, apesar de daqui a meses, da creche me venham dizer que vão tentar retirá-las na cesta diurna.
O biberão foi à história e o pequeno almoço é tomado à mesa, se bem que seja difícil que comas. Geralmente quando não queres nada, nem leite com chocolate, nem leite de bolacha e banana, nem leite com cevada, nem torradas, nem cereais, nem leite com morango, o iogurte vai quase sempre. Isto tornou as nossas manhãs muito mais demoradas, isto e o facto de muitas vezes não te quereres vestir e não quereres sentar-te no bacio. Ainda não te deu para escolheres a roupa e espero que não te dê tão depressa.
És linda e tudo o que possa aqui dizer é pouco para expressar o quão importante és para nós e o quanto te amamos.
Amo-te mais que ontem e menos que amanhã!


03 dezembro 2007

Prós e contras

Está a decorrer o programa cujo tema é a natalidade.
Fala-se da falta de apoios e de " entendimento " do mundo empresarial pela condição de mãe/trabalhadora.
Relembro-me do incentivo fiscal que é dado às empresas que optem por conceder um valor ( total ou parcial ) monetário a cada funcionário que tenha os filhos em creches. As empresas que optem por este apoio poderão deduzir como custo 140% do valor dispendido. Uma forma de diminuir lucros, de motivar funcionários e de aumentar a produtividade. Ao invés são pouquíssimas as empresas que utilizam este incentivo fiscal por desconhecimento ou por mera falta de interesse.
Daqui a uns anos, quando as reformas estiverem em risco pela falta de população activa talvez se lembrem, disto, talvez.
Cabe a cada um de nós divulgar este incentivo, pois acredito que muitos empresários o desconheçam. O problema é que o revés da moeda pode ser o seguinte, em vez de aumentarem os funcionários anualmente, passam a chamar-lhe de apoio para as creches e quem fica a ganhar são só mesmo as empresas.

Adenda - Em Espanha como incentivo ao nascimento é dado por cada nascimento de um filho 2500€, na Alemanha 25.000€. Aqui o único " incentivo " que recebo são os 10€ ( e pouco) mensais de abono de família.
Porque é que eu não tenho espírito de emigrante, porquê???

Expressão nova

Brincava no quarto enquanto eu arrumava a gaveta das meias e cuecas dela.
Pintava um desenho e como não conseguia destapar o marcador sai-se com esta:
- Ó pá, fooooogoooo!
Eu fingi que nada ouvi, saio de mansinho e vou contar ao pai cheia de vontade de me rir.

Novos Habitantes

Sábado o Nuno sai à rua para comprar luzes de Natal para a nossa árvore e chega a casa, sem as luzes e com uma gaiola com dois pássaros lá dentro ( rosicolor ). Eu não sei se ria se chore porque olho para os bichos e acho-os bonitos, mas penso logo no chafurdisse que conseguem fazer. A Beatriz achou muita graça e quer à força pegar neles, dar beijos e bater na gaiola. Diz que são dois papagaios ( assim mesmo e não pacagaio ou coisa do género ). Perguntei que nome iriamos dar e diz-me "papagaio uoiro " ( loiro ), mas como não nos pareceu um nome fácil e como a fêmea continuava sem nome, são ambos ainda apenas e só passarinhos.
Sábado achou-lhes graça, Domingo já nem tanto e eu agora tenho 2 pássaros barulhentos que ao mínimo som, seja dia seja noite começam a piar desalmadamente.
Quem delirou com os pássaros foi a nossa cadela que passa o tempo a olhar para os ditos e a ganir. Ela gane, eles piam. Está armado o circo.

Decorações Natalícias

No Sábado começamos a montar a árvore de Natal. A Beatriz ajudou e delirou com a colocação dos enfeites na árvore. Por ela, as bolinhas, os presentes e as estrelinhas que adornam a nossa árvore teriam ficado quase todas no mesmo galho.
Por baixo da árvore estão já vários presentes mas falta o nosso presépio que depois de uma rusga pela arrecadação com direito a uma mini-arrumação à dita, não apareceu. Eu gostava tanto do nosso presépio que apenas tinha o Anjo, a Maria, o José e claro o menino Jesus. As figuras eram num estilo de bonecos de crianças. Sei que a figura da Maria sofreu um acidente o ano passado ( A Beatriz partiu-a, mas colou-se e estava disfarçado ), mas sei que não deitamos fora o presépio. Que confusão me fez não o encontrar. Revirei a arrecadação e nada. Enfim, vou comprar outro presépio e se este aparecer vai para o quarto da Beatriz.
Pendurado junto à janela da sala está um Pai Natal que também fez as delícias da nossa pequenina.
As luzes já piscam lá fora e cá dentro já se sente o espírito natalício.
Faltam 22 dias para o Natal e este ano vai ser mesmo," O Natal ", dado que este ano, delira com tudo o que lhe está associado.
Eu vou tentando manter a magia e vou explicando o verdadeiro significado do Natal, mas ela parece muito mais interessada no Pai Natal que traz as prendas do que no aniversário do nascimento do menino Jesus.
À semelhança do ano passado, o Pai Natal vai entrar em casa, com um saco carregado de presentes e não vai entrar pela chaminé, porque a lareira estará acesa, mas pela porta da cozinha. Este ano, a véspera de Natal será passada com os avós e família paterna e o dia de Natal com a família materna. Este ano, o Natal vai ser mágico e eu estou tão ou mais ansiosa que ela.
O espírito de Natal chegou :)

Vêm aí mais 2 dentinhos

Sexta-feira vou buscá-la e como sempre corre feliz para mim. Depois dos beijos e abraços saímos. Chegadas cá fora quer fazer xixi muito aflita. Desde quarta que andava a fazer mais xixi, ainda assim, sem acidentes.
Tento voltar para a escola mas vejo que pela aflição dela e a distância não chegariamos a tempo. Decido que faz ali mesmo, à velha maneira de se fazer xixi na rua, comigo a fazer-lhe cadeirinha e ela muito contente " a pajer xixi na gua ".
Quando a dispo vejo que tem fralda e penso logo que estaria com uma infecção urinária, dado que enquanto fazia xixi queixava-se " do pipi ". Limpo-a e volto para traz para perguntar o porquê de estar de fralda. A educadora atende-nos e diz-me que fez 3 vezes diarreia e que estava muito difícil de se conter. Pergunto como esteve com o xixi pois tinha acabado de fazer na rua e queixou-se de dor enquanto fazia. Diz-me que não se tinha queixado e pediu desculpa por a auxiliar não ter avisado pois ela estava a contar uma história e não pode relembrar-la do mesmo.
Vimos para casa e eu a pensar que teriamos de ir ao hospital para fazer análises para despistar a eventual infecção.
Já em casa, quando lhe retiro a fralda vejo a razão de se queixar. Estava assada por causa da diarreia e só depois disso é que me lembrei que a infecção urinária daria para além da dor ao urinar, também febre.
Sorrio com a minha dramatização infundada, lavo-a ponho uma dose considerável de canesten e hoje está quase boa. Não voltou a fazer diarreia.
Hoje o canino inferior direito já espreita ( mas ainda não rompeu a gengiva ). Digam-me lá que é teoria de que o rompimento dos dentes não traz consequências. Pois, sim!

30 novembro 2007

Mázinha!

Conversa telefónica com o Nuno:
- Epá, hoje ela estava tão chatinha de noite, fartou-se de me chamar, só me queria a mim.
E eu de sorrisinho maléfico a esfregar as mãos do lado de cá só lhe digo.
- Pois é, fartou-se de acordar não foi?
( Isto para ele ver como é, pois a menina ultimamente sempre que acorda só chama por mim, apesar de muitas vezes lá ir ele, chame ela quem chamar :) ).

Ela e o Dataúe ( Natal )

- Oiá auí um dauim dauão, mãe.
- O quê filha?
- Um dauim dauão, auí ( de dedo indicador esticado )Dauiimmm, dauãoo!
- Ahh um sino.
- Xim, é ixo, um xino.
( Eu nem sabia que ela sabia o que era um sino e o som que fazia ).

- Oia o Pai Datúe, ahhhhhhhhhh ( dito aos gritinhos e a dar pulinhos de satisfação )
- Queres tirar fotografia com o Pai Natal?
- Não!
- Queres ir ao colo do Pai Natal?
- Nãoooooooo!

- Óia um Pai Datáue. ( dito aos gritinhos e a dar pulinhos de satisfação )Óua Pai Dataueeee!
- Não, aquilo é um boneco de neve.
- É do Dataúe não é?
- É filha, é.

- Eu quero este/a binquedo/penda.
- Tens de te portar bem e pedir ao pai Natal e depois o Pai Natal logo vê se te dá ou não.
- Pai Dataúe eu quero este binquedo/ penda. Já pudi! Dá-me mãe.
- Não é assim, tens de pedir ao Pai Natal e esperar que chegue o dia de Natal para ver se o Pai Natal te traz ou não a prenda.
- Já pudi, mãe, já pudi.
- Mas o pai Natal não está aqui.
- Tá tá. Óia ali ( e aponta para um boneco qualquer dos enfeites natalícios ).

( A antecipação das decorações natalícias e a espera nesta idade são incompatíveis ).
Este fim de semana iremos enfeitar a casa e montar a árvore de Natal. Parece que hoje na minha busca pela camisola amarela, comecei a sentir um bocadinho do espírito natalício. Vamos montar a árvore e com ela, deverá chegar o dito.

Em busca da camisola amarela

Não, não vou falar da volta a Portugal em bicicleta que sinceramente foi dos programas que sempre me irritou na infância pois ocupavam grande parte da programação dos na altura, apenas 2 canais televisivos e azar dos azares, calhava sempre nas férias.
O título refere-se à minha busca de ontem e de hoje por uma camisola amarela lisa, quente com uns collants a condizer.
Eu nunca gostei muito de amarelo, como diz uma colega minha é a cor da fome, logo a Beatriz ( nem nós ) tem nenhuma peça de roupa dessa cor, muito menos lisa, mas a educadora pediu para levarmos na próxima semana as duas peças referidas para que as prepare para a festa de Natal.
Fui ao Centro Comercial mais próximo pensando que não seria dificil de encontrar, nem que fosse um pólo de menino. Qual não é o meu espanto quando, depois de percorrer todas as lojas de roupa de criança existentes, desde Zara, Bennetton, C&A, Feira Nova, Orquestra, Macmoda e até na Girandola, não encontro nenhuma camisola lisa amarela. Apenas na Orquestra havia uma amarelo torrado mas tamanho 6 meses e não esperavam receber maiores. Vou à procura das collants e também só encontro amarelo torrado.
Saio do Centro e vou à Modalfa. Nada, nem de menino nem de menina. Vou a mais umas lojas na redondeza e nada. O Amarelo está definitivamente fora de moda e o mais semelhante é mesmo o laranja.
Ora como eu não queria que a minha miúda fosse destoar ( mas sinceramente não sei como as outras mães se vão " desenrroscar" ) lá voltei ao Centro Comercial na disposição de olhar para o tamanho 6 meses e fazê-lo esticar para pelo menos 12. Comprei as collants na Calzedonia ( amarelo torrado ) e lá fui eu.
Trouxe o tamanho 6 meses muito a medo, chego a casa e até não deve ficar muito mal, um bocadinho justo e com as mangas curtas é certo, mas como não gosto da cor e como é só mesmo para vestir naquele dia, não há de ser nada. No caso da camisola estar mesmo muito mal, tem uma outra que não é lisa e que é amarela e laranja. Segunda mando-lhe as duas e a educadora que decida. Entretanto vou ali esticar a camisola até mais não, mesmo que dê cabo das fibras, para ver se dá um bocadinho de si.
Agora digam-me, sou só eu que me lembro de ver roupinha amarela aos molhos, aquele amarelinho clarinho, bébé, que dantes se comprava quando não se sabia o sexo da criança??? É que este ano, nem para bébés eu vi.

29 novembro 2007

Alimentação

Até ao ano de idade pode dizer-se que comia bem, nunca foi de comer muito, mas comia o suficiente. A partir daí e com a introdução dos sólidos a coisa complicou-se mas regra geral a sopa e a fruta ia sempre bem ( se bem que preferisse a fruta de boião ).
A adaptação aos sólidos foi lenta e não posso dizer que esteja concluída. É esquisita, não gosta de experimentar nada de novo, olha para o aspecto e faz o seu julgamento. Geralmente não quer sequer provar nem com muito incentivo, nem connosco a comer do mesmo, nem explicando o que é.
Na creche regra geral, come normalmente, não repete, nunca o fez nem lá nem connosco, aliás, acho que nunca come tudo o que colocamos no prato, deixa sempre algo ( e não é só uma amostra da etiqueta ). Mas come no entusiasmo e " concorrência " com os outros.
Começou a comer sozinha quando entrou para a creche aos 14 meses e fazia-o muito bem, sem grandes chafurdisses.
Há uns tempos para cá começou a sujar mais do que fazia antes e agora já nem quer comer sózinha, porque agora, nunca quer comer. Tem sido um " fandango " e para que coma temos de inventar histórias, cantar, dizer que é uma colher para x, y, z, até percorrermos a familia toda e mesmo assim, vai virando a cara, dizendo que não, etc, etc.
Recorremos à televisão para que se distraia e abra a boca, outras temos de a apagar para que o faça. Não há regra, temos de inovar para que distraida, coma qualquer coisa. A sopa tem alturas que vai, tem outras que nem vale a pena tentar. Já experimentamos dar o jantar mais tarde, mais cedo e a história é sempre a mesma. Come à mesma hora que nós e à mesa connosco.
Ela pura e simplesmente não é de grande alimento, não sente muita fome e acha que a hora de estar ali à mesa quieta para se alimentar é uma grande seca, quando poderia estar a brincar. Por isso, passei a dar-lhe eu a comida e vou distraindo-a ora com uma história, ora com algo que esteja a dar no Panda ( que tambem não liga muito ) ora com cantigas, ora a falar de alguém da família: Sabes que o padrinho foi aqui e acoli... ( vai ser uma grande cusca vai ).
Eu tento não stressar mas é já quase impossivel e sei que quanto eu mais dramatizar, quanto mais eu a chamar a atenção com o " Come Beatriz ", menos ela o faz e mais tensão acrescento ao momento. O Nuno diz-me para eu não dizer nada, para não lhe ligar, mas eu não consigo ver o comer arrefecer e ela ali sem meter uma garfada na boca ( sim porque anda feita bébé para comer sózinha, mas come de garfo desde cerca dos 20 meses e até já quer a faca também ).
Ela é uma criança pequena, de percentil 5 de peso e altura. Nunca me preocupei com o facto pois a genética conta e muito, porque os percentis não são mais que médias, porque está bem de saúde e porque ela ia comendo, melhor ou pior mas comia.
Agora anda numa de não querer comer e nem o leite no biberão para colmatar uma má refeição aceita porque pura e simplesmente nem a dormir quer o biberão ( é a recusa total ).
Ontem, experimentei fazer a estreia dela em fast food e fomos ao Mac Donalds ( que eu até não sou fã ). Pensei, " Pode ser que goste, pode ser, uma vez não há-de fazer mal e sempre come ". Comeu menos de meio pacote de batatas fritas das pequenas, não quis sequer tocar no hamburguer e digo-lhe que não vai brincar no espaço infantil porque não comeu. Aceita e vem embora sem birras. Digo-lhe que vai ter de comer a sopa em casa e concorda. ( E eu espantada )
Chegadas a casa, encho um prato com duas conchas de sopa. Ponho o prato à frente e recusa, afastando o prato ( o costume ). Comecei a dar-lhe a sopa com muita história à mistura e lá comeu tudo. Eu fiquei felicíssima.
Conforme me viro para colocar o prato no lava loiça, tosse e vomita uma parte. E eu em vez de ficar preocupada por ter vomitado, fiquei chateada porque afinal, acabou por não comer as duas conchas da sopa que até maçã lá leva para dentro. Isto não é normal, não, mas quem tem filhos que comam mal, vai entender-me :).

28 novembro 2007

Que fase!

Quando contrariada chora, levanta a mão, tenta bater ou bate nos objectos que estejam à sua mão. Outro dia mordeu-se a si mesma na mão enquanto olhava para mim cheia de raiva, quando contrariada com qualquer coisa que já nem me lembro.
Eu detesto estas " manifestações " e por vezes bato-lhe mas é ainda pior pois só faz com que o " bato eu bate ela " dure ainda mais tempo, eu me irrite mais e o choro misturado com os gritos aumente de volume e de duração.
Fica de castigo e pouco depois vem de lábios unidos para me dar um beijo e pedir desculpa. Eu dou-lhe a lição pedagógica do não se bate, também não gostas que eu te bata e eu fico triste e tal, ela ouve, diz que sim, mas se possível for, nem 5 minutos depois está no mesmo.
Saturante é o mínimo que posso qualificar esta fase. Lidar com a frustração não é fácil, não senhora mas porque raio haveria ela de ter a " mãozinha tão leve " quando cá em casa a lei da palmada não é imperativa. Se calhar devia ser mais ou se calhar não, é mesmo ter paciência e muita calma.
Dicas, alguém tem?

Caninos inferiores

A gengiva inchada denuncia-os mas ainda não se vêm e acho que demorará até que rompam. A febre de Sábado e a tosse que reapareceu parece-me que tem alguma coisa a ver, de qualquer forma, esperemos que cheguem de mansinho.

27 novembro 2007

Ainda da memória visual dela

Reconhece a letra B ( de Beatriz ) ou o como ela diz.
Reconhece a letra Ó ( O ) e com isto passou a confundir o zero com o ó.
Não sei como vai aprendendo as letras porque não estamos sequer a tentar que aprenda e da escola também sei que não é.

26 novembro 2007

Vamos ver se adiamos esta fase

No Sábado esteve febril e deitei-a ( sem ter comido quase nada durante todo o dia ) sem fralda e sem calças num dos seus acessos de febre. Passado um bocado ela chora e pede xixi. Quando pego nela tinha acabado de fazer na cama. Ela continuou a chorar e pedir xixi, trago o bacio e apesar de querer fazer xixi não queria fazê-lo nem no bacio nem na sanita, nem na fralda. Era o sono a falar por ela.
Pensei que fosse por estar sem fralda que tinha pedido.
Na noite de Domingo voltou a acordar a pedir xixi e eu feita zombie que me anda a saber tão bem as noites bem dormidas ( i.e., a acordar 1 a 2 vezes por noite )e ao bem-bom habituamo-nos depressa. Lá chorou, pediu xixi mas não queria sentar-se no bacio ou na sanita. Assim é complicado.
Vamos ver esta noite, mas sinceramente, não me apetecia ter de voltar a acordar mais vezes para levá-la a fazer xixi porque não me parece que uma ou duas idas, sejam suficientes para uma noite sem acidentes e começa a estar frio para andar de um quarto para o outro, descalça ( além de que eu não devo constipar-me por estar imunodeficiente ).

Fotografias de Natal

Hoje é dia de fotos de Natal e eu não me lembrei disso e ela foi de rabo de cavalo para a escola, sinónimo de que irá ficar despenteada muito mais rapidamente do que com os tótós.
Devem sair umas fotos lindas, devem.

Construções frásicas

Advérbios:
Pimeiro, depois, a xeguir.

Pronomes:

Connosco, contigo, eu, tu, nós, noxa, noxo, teu, tua, meu, minha, dele, dela ( nos pronomes possessivos ainda se baralha ).

Utiliza-os correctamente. Eu ainda fico espantada com estas construções frásicas dela e ainda sorrio sempre que aplica um termo novo. Ela fica a olhar para mim do tipo:
- Estás a rir-te porquê?

Verbos:


Responde às perguntas com o tempo correcto dos verbos, por exemplo:

- Gostas de...?
- Gosto.
- Queres...
- Quero.
- Vais ...
- Bou.
:)

Mas o que me deixa de sorriso nos lábios é esta fase de me ensinar coisas e terminar as frases com um entusiasmado: Xabias, mãe, xabias?

25 novembro 2007

30 anos

Dizem que aos 30 se questiona tudo. Sei que tens uma certeza, a de que te amamos muito.
Parabéns amorzinho grande!

23 novembro 2007

Minha rica filha...II

O telefone fixo morreu mas parece que o problema não era só do aparelho. Agora que já há telefone novo cá em casa, do outro lado da linha dizem que não ouvem ou ouvem mal e já por várias vezes, que o novo aparelho se desliga durante uma conversa, quando aparentemente tem a carga completa. Não querem que eu comunique, não? Está bem, eu até nem pago assinatura!

Laços

Conheço-a como ninguém, mas ela também me conhece da mesma forma. Lê-me os estados de espírito, as inquietudes, as dúvidas e reconforta-me mesmo quando aparentemente eu não preciso desse reconforto. E espanta-me esta nossa ligação quase mágica, espanta-me como sabes como ninguém o que se passa na minha cabeça.
Ontem quase não falamos na consulta e nas " novidades ". Foi mais um:
" Olha, tem de ser mais uma punção porque parece que os edemas estão piores" e pronto, ficamos por aí, porque já nem sei o que diga nem me apetece falar sobre isso. Eu estava bem ( e estou ) porque ainda não assimilei, ri como riu todos os dias, brinquei como brinco todos os dias, tudo dentro da normalidade. Ela sentiu, percebeu, sei lá eu explicar e quando a levei para o banho convidou-me:
- Vamos tomar banho as duas mãe, vamos?
Sabe que adoro tomar banho com ela e nada como um bom banho relaxante, para tranquilizar corpo e mente. Claro que um banho a duas é tudo menos relaxante e acabei por não tomar porque na hora H, apareceu o padrinho dela.
Mas vale pela intenção, pela doçura e pela confirmação, mais uma vez,de que a nossa ligação é tão especial.

22 novembro 2007

Para Ti...

Não gosto de charadas, não porque não tenha jeito, mas porque não tenho paciência. Sou e sempre fui directa ( já fui mais é certo que aprendi que nem tudo se deve dizer ), não gosto de meias palavras, nem de palavras sub-entendidas, porque o sub-entendido dá lugar a muitas interpretações. Gosto de preto no branco, tim-tim por tim-tim, doa a quem doer, mesmo que esse alguém seja eu, prefiro as verdades directas, sem falsos rodeios.
E isto faz-me dar voltas à cabeça, porquê?, o quê?, o que quererás? e não chego a resposta nenhuma. Sentir o meu destino nas mãos de outrém, ainda que sejas tu, mostra-nos sobejamente pequenos, insignificantes e segundo sei e acredito, cada um de nós conta e muito para ti. Então porque não me respondes, porque me deixas neste silêncio tão cortante, neste mar de perguntas sem respostas, rumo ao desconhecido. Não consigo deixar de pensar no porquê? que mal fiz eu? Eu não gosto do coitadinha, mas acho que já começo a ter pena de mim mesma.
Sinto-te e não te ouço, quieto, a observar-me, como se o desenrolar dos acontecimentos dependesse da minha actuação. Mas não depende, ou se calhar depende e eu não consigo ver como. Ajuda-me a ver, ajuda-me a encontrar o caminho. Começo a sentir-me perdida, desmotivada, cansada de tudo isto. Tem mesmo de ser assim? Até quando?

Não era suposto...

Fui à neurologista e da consulta retive o " não era suposto " que ela tanto repetiu.
O edema do bordo estava melhor na última consulta do que está agora e enquanto que há um mês a oftalmologista escreveu que o edema era quase inexistente, agora frisou que existia edema. A neurologista observou e achou que está pior apesar de eu até achar que vejo melhor do que via há um mês atrás. Tem medo que esteja a regredir e não me sabe explicar o porquê já que estou a fazer correctamente a medicação e até, segundo ela, numa dose elevada. Perguntei se os bacilos poderiam se ter tornado resistentes ( no caso de ser tuberculose ) e só me sabia dizer que: Não era suposto.
Para a semana nova punção lombar, que só não foi hoje porque levei a Beatriz comigo e porque quero passar o aniversário do Nuno no Domingo, bem.
Já não me assustam as punções, assusta-me esta regressão inesperada.
E acho que a partir de hoje deixo de escrever sobre o assunto, parece que me dá azar.

21 novembro 2007

Consulta de Oftalmologia

Ainda se mantêm os edemas nos bordos. A miopia mais uma vez alterou-se e vai andar assim instável ainda uns tempos pelo que não vale a pena alterar a graduação porque se possível for, no próximo mês as dioptrias poderão estar novamente alteradas. É esperar ( e continuar a ver mal ).
No olho direito diminuiu 0,50, no olho esquerdo aumentou 0,50 :)
Em relação à miopia, em princípio irá estabilizar e regressará aos valores normais, talvez daqui a uns 5 ou 6 meses, em relação às consequências dos edemas ( e a eventual morte dos neurónios ) é esperar para ver.
Eu sinto umas melhorias muito ligeiras, mas sinto o que já por si é bom sinal.
Para o próximo mês nova consulta e a partir daí serão espaçadas de 3 em 3 meses. E é ter paciência, paciência, paciência!
Amanhã, consulta de neurologia.

Devia ser proibido...

Devia ser proibido fazer anos a partir de 15 de Novembro e até 31 de Janeiro inclusivé. Isto de juntar aniversários com o Natal faz muito mal à carteira. Os infractores deveriam ser punidos com uma pena que seria a de pagarem as suas prendas.
Isto para dizer que o Nuno faz anos no Domingo e já lhe comprei prenda, uma prima faz anos dia 10 e nascerá um priminho no dia 17.

Minha rica filha...

Chegou há pouco o novo telefone sem fios e com o sr. dos CTT foi um chequezinho de 62,10€.
Isto só para te avisar que estás proibidíssima de mexer neste novo aparelho. É que por causa das tuas brincadeiras, o outro telefone sem fios morreu há vários dias.

20 novembro 2007

Prémios e Desafios ( em draft à tanto tempo )

Os prémios muito atrasados que vieram daqui, daqui e também daqui ( e acho que de mais lado nenhum, ehehe ) e que agradeço e retribuo.



São eles dois selos da amizade e que é suposto passar a 10 pessoas. Esta é a parte mais dificil mas cá vai ( sem saber se já receberam ou não, sem desprimor para as " não premiadas " e sem explicações, porque a amizade, não se explica):
Mónica - As aventuras dos bés
Liliana - O nosso Benny
Carla- Dois miminhos
Ana Rita- Tons Rosa
Susana - Doce de Margarida
Morena - Moreninhos de Olhos Escuros
Sara - Quezia
Blábláblá
Patrícia - Já sou Papá! Yeahh !
Vai sem os links porque está a dar erro
10, já está, ufa!

Desafio: 10 coisas que nunca aqui disse:
1- Faz-me uma impressão tremenda mexer em madeira " virgem", i.e., madeira não lixada/envernizada/pintada. É que até me arrepia;
2 - Não gosto nada que me perguntem se está tudo bem quando não estão dispostos a ouvir a resposta. Quando assim é digo sempre que está tudo bem, mesmo que não esteja, não vale a pena gastar o meu latim;
3 - Falo muito de noite a dormir e geralmente o meu " palavreado " é muito pouco católico. Só sai asneirada da grossa. O Nuno diz que os vizinhos devem pensar que me trata mal. Eu confio no bom isolamento acústico da casa :)
4 - Gosto muito de brincar com crianças e quando o faço, também eu retomo à infância e tenho comportamentos semelhantes. Nas festas geralmente fico a brincar com os miúdos em vez de a falar com os adultos. Dizem muitas vezes que sou pior que os " putos ";
5 - Sou de riso fácil e segundo dizem contagiante. No cinema não raras as vezes que as pessoas se viram para trás e riem não do filme mas da minha gargalhada.
6 - Conforme tenho riso fácil também tenho choro fácil, emociono-me muito mas o choro já tenho tendência a abafar e esconder.
7 - Detesto fazer fretes e raros são os que faço. Já lá vai o tempo em que para agradar a outrém me " prejudicava " a mim. Se não gosto não faço, salvo raras excepções ( como para a família ).
8- Sou impaciente. Tudo o que exija esperar é complicado. Esta doença tem exigido muita. Uma lição de vida para mim.
9 - Gostava muito de adoptar uma criança das " menos procuradas " depois de ter 2 filhos biológicos.
10 - Sou uma " atrasada " por feitio. Não consigo chegar a horas porque geralmente aproveito todos os minutos antes para fazer qualquer outra coisa.
Passo este desafio às 10 meninas supra citadas. ( Fiquei cansada, fui! )

19 novembro 2007

Da estadia com os avós e tia

Veio desrregulada nos horários, a adormecer tardíssimo e a acordar tardíssimo.
Ontem adormecê-la não foi fácil. Começou com sono mas não queria ir dormir, não queria guardar os brinquedos.
Com aquele choro falso de mimo+ birra quis às 23.00 ir fazer xixi. Levei-a ao bacio. Não queria no bacio, queria na sanita. Sento-a na sanita e queria no bacio. Fica no bacio e pede uma história no meio do choro de birra.
- Não há história nenhuma, faz xixi para ires para a cama.
- Ãããããããããããã... está no cuatoooooooo.
- Eu sei onde está a história mas não ta dou agora. Já fizeste ?
-Ããããã...NÃO!
- Então faz
- Quero a estóia.
- Não Beatriz.
Deixo-me de conversas e espero que faça o xixi.
Pára de chorar, levanta-se do bacio, agarra-me na cara e diz-me:
- Dexcupa.
E dá-me um beijinho.
Depois disto quem é que é capaz de se lembrar que antes estava a fazer uma birra daquelas irritantes, ãh?

Por esta altura

Eu já cantarolava as músicas de Natal, pensava nas prendas a comprar e muitas já estavam compradas, pensava na roupinha que ia vestir e anseava pela noite da consoada. Todos os anos era assim. Com a antecipação cada vez maior das decorações de Natal o meu espírito Natalício chega cada vez mais tardiamente. Desorienta-se!
As prendas estão pensadas, orçamentadas e algumas já compradas mas o espírito anda perdido por aí algures. A chegada do frio e da chuva já faz parecer mais com esta época do ano mas ainda assim,não me parece que faltem 36 dias para o Natal.
Para me mentalizar disso, hoje coloquei a barrinha lá em cima para a contagem decrescente dos dias, pode ser que com uma ar um bocadinho mais natalício, o espírito se digne a vir visitar-me.

Cenas de uma manhã chuvosa

Hoje a Beatriz estava em manhã não. Não queria fazer xixi, não se queria vestir, não queria o pequeno almoço, não.
Para a ir convencendo disse-lhe que estava a chover e que tinha de se despachar se queria ir para a rua com o chapéu de chuva dela. Na altura pareceu-me uma bela ideia para que se despachasse mas revelou-se uma ideia muito infeliz mais tarde.

A cena:

Chove a cântaros e o meu chapéu está na bagageira. Levo o dela até lá e tiro o meu.
Eu com 2 chapéus abertos, mais a mochila da escola e mais a sacola de segunda-feira com os lençóis, fralda de pano, babete e roupas extra.

Objectivo: Tirá-la do carro e levá-la até à escola sem a molhar, sem molhar a sacola que não é impermeável e sem me molhar também.

Tiro-a do carro e ela quer porque quer o chapéu dela. Agarra nele mas mantê-lo direito é que não. Eu com o meu chapéu de lado mas a tentar protegê-la, com ela ao colo, mochila às costas, sacola na mão, a tentar agarrar nos dois chapéus e a dizer um bocadito para o estérica:
- Põe o chapéu para cima, põe o chapéu para cima.

Ela ia pondo mas quando ela punha o dela para cima eu tinha de desviar o meu.
O portão fechado, toco à campaínha, já sentia as costas encharcadas, ela imaculada:)
Finalmente abrem a porta eu não consigo deixar de rir com a cena e quando chego junto da auxiliar está ela toda dobrada sobre si mesma, agarrada à barriga e a rir às gargalhadas.
Cheguei toda molhada ao carro, mas comecei a manhã a rir e melhor, ela não se molhou e a sacola também não.

18 novembro 2007

Saídas dela e palavras engraçadas

Xagáco - casaco

- Tagam a esfegona!
- Porquê?
- Tá xujo aqui!

- Quero cotár o cabeúo.
- Está bem, filha, depois vamos cortar o cabelo.
- Amanhã, mãe!
( Por acaso já precisa )

- Amanhã vais para a escola, a mãe e o pai vão trabalhar.
- Eu tamém vou tabáiár.
- Não, tu ainda és pequenina e os meninos pequeninos vão para a escola.
- Eu xou gande, eu bou tabáiar.

- Já fiz xixi na cadeia ( cadeira ).

( Culpa minha, ups ):

- Tou toda mijada.

16 novembro 2007

Só para assinalar neste Outono Primaveril

Que chegou o frio ( pelo menos a Torres Novas ). O meu gajo que andava eléctrico para acender a lareira está desgostoso porque aqui, não há lareira.
Pode ser que com a chegada do frio me chegue também o espírito natalício, é que não há meio!

15 novembro 2007

Biberão

Lembrei-me a propósito de uma foto que vi de uma amiga.
Já não quer beber o leite pelo biberão. O copo/caneca com uma palhinha ou os pacotinhos de leite ( com a palhinha também ) passaram a ser a forma de beber o seu leite.
Em contrapartida voltou a pedir leite à noite, depois de já estar deitada, que bebe do pacotinho com a palhinha, sentada na cama. Com isto, as fraldas de manhã deixaram de estar secas.
Mais uma etapa ultrapassada, esta sem qualquer interferência nossa.

14 novembro 2007

A propósito da (super)protecção

Às vezes temos conversas que nos ficam retidas na memória, que nos marcam e nos fazem pensar. Uma dessas conversas foi tida com a minha tia que ficou com a Beatriz até aos 14 meses.
Tinha a Beatriz 8 meses e estavamos afastadas durante o dia há apenas 2. Ainda não me tinha adaptado a estar longe dela quando a minha tia tem uma conversa comigo muito proveitosa.
Pediu-me para passar um fim de semana prolongado com a Beatriz no Algarve. Eu não queria aceitar porque só a frase me fez tremer por dentro de me pensar longe dela. Conversei abertamente sobre o que sentia e tive uma das mais proveitosas conversas acerca do tema maternidade.
Aceitando a minha decisão alertou-me que ela era pequenina sim, mas que lhe faria muito bem conviver com diferentes realidades, diferentes pessoas, mudar as rotinas e mudar de espaço físico. Aprenderia ela a confiar nos outros que lhe querem bem e aprenderiamos nós também enquanto pais, a confiar. Disse-me que nos fazia bem porque dormiriamos melhor ( e como ela dormia mal na altura) e namorariamos mais. Disse-nos que nesses momentos em que não estivessemos com a nossa filha deveriamos também nós mudar as rotinas e aproveitar para ir a um cinema, jantar fora ou pura e simplesmente descansar em frente do televisor.
Alertou-me para que um dia eu iria querer quem me ficasse com ela nem que fosse por uma noite e se ela não estivesse habituada não iria querer ficar ou pior, ninguém se iria oferecer para isso pois temeriam que eu negasse.

- Primeiro custa-te mas depois vais ver que te sabe bem. Se ela estiver bem e feliz, tu também estás não é?
Eu da tua prima não a deixava ir com ninguém, chegou a uma altura em que eu queria e ninguém se oferecia para ficar com ela. Aprendi e com o teu primo já não foi assim.

Pensei no assunto e como não podia tirar férias acedemos a que fosse com a minha tia. Fomos também nós durante o fim de semana, regressamos Domingo e ela regressou na quarta-feira.
Chorei baba e ranho, sentia uma dor no peito e disse que nunca mais a deixaria longe de mim. Aprendi que nunca digas nunca é uma afirmação mais que verdadeira.
Depois disso, de vez em quando fica a dormir em casa da avó pois sempre que lá vai quer lá ficar. Habituei-me a estar algumas noites sem ela e a satisfação que ela tinha em ficar compensava-me a sua falta física.
Passou muito tempo até que nas férias me deparei com um problema, a escola iria fechar durante todo o mês de Agosto, nós já tinhamos as nossas férias marcadas ( e algumas gozadas ) quando soubemos e tinhamos um periodo de 15 dias sem saber onde a deixar.
A minha sogra conseguiu marcar férias para esse período e disponibilizou-se a vir para cá uma semana tomar conta dela e na outra iria ela para lá.
Ia custar-me muito estar aqueles 5 dias úteis sem ela mas não tinha alternativa.
Entretanto adoeci e no período em que estive internada e pior felizmente a Beatriz estava em casa dos avós.
Custou-me estar sem ela numa fase debilitada em que precisava mais que nunca dos seus mimos mas para ela foi melhor não me ver como estive. Ainda assim, sempre que me via vomitar e deitada choramingava.
Os dias passaram, ela regressou com saudades e nós também.
Agora a minha cunhada entrou de férias e pediu-nos para que a Beatriz fosse passar 4 dias com ela. Acedi na altura porque sei que é bem tratada, porque sei que gosta de lá estar, porque sei que só assim pode conviver mais intensamente com os restantes familiares e amigos de lá.
Sempre que me pedem para que a Beatriz fique longe de nós me relembro da conversa sábia com a minha tia e hoje dou-lhe razão.
Muitas vezes, o melhor para eles não é o melhor para nós, mas se eles estiverem bem e felizes, nós também estamos.

Da viagem de combóio

Ela tem um fascínio especial pelos combóios e meios de transporte de grande porte.
No fim de semana estreou-se a andar num combóio eléctrico daqueles que fazem os percursos turísticos numa nossa ida ao Parque Municipal de Mafra ( muito giro). Gostou mas dado o trajecto ser muito curto, mal lhe tomou o gosto.
Desde a semana passada que andavamos a prepará-la para a estreia a sério, com uma hora de viagem de combóio e sem nós. Perguntavamos-lhe se queria ir e dizia entusiasmada que sim.
Quando na gare do Oriente se deparou com o tamanho real dos combóios ficou um pouco assustada mas sem nunca chorar, apenas ficou calada ( o que nela não é nada comum ).
Entrou no combóio com a tia e do lado de cá viamo-la de boca aberta a olhar à volta.
Durante a hora de viagem foi fazendo perguntas e sempre atenta lá fez a sua primeira viagem de combóio.

Lá foi ela com a tia

Découpage




Não, não se enganaram no link. Aprendi découpage ou a técnica do guardanapo na festa de final de ano da escola da Beatriz, no atelier de pintura. Não tentei mais porque sinceramente nunca me achei dotada para as artes manuais, mas de facto, esta técnica é tão simples que até o mais desajeitado dos seres consegue fazer qualquer coisinha engraçada.
Um destes dias comecei a pensar nas prendas de Natal. Como quase sempre, há que reduzir despesas e limitar as prendas a valores mínimos. Gosto que as prendas de Natal digam algo às pessoas, gosto de personalizar e só gosto de comprar quando sei que a pessoa gostará mesmo do que receberá.
Como as prendas personalizadas exigem que se planeie com mais antecedência porque há que encomendar comecei a pensar no que oferecer à educadora e auxiliares da Beatriz sem ser os tradicionais bombons ou velas. Olhei para a nossa máquina de fondue de chocolate que continua intacta e lembrei-me que a dita tem umas forminhas para se fazerem bombons. Pensei que seria engraçado oferecer bombons feitos por ela ( com a minha ajuda obviamente ). Para que não houvessem dúvidas tiraria uma foto nossa na confecção dos ditos que anexaria ao embrulho. Depois pensei onde colocar os bombons. Fui a uma loja de chineses e comprei uma caixa de madeira baratinha. Pensei em pintá-la e lembrei-me de usar da técnica que tinha aprendido. Comprei um guardanapo e experimentei. A primeira experiência teve um resultado mau porque aprendi que não se devem usar cores escuras na base da decoupage e eu usei, nada mais nada menos que castanho chocolate. Mais escuro mesmo, só preto :).
Depois disso já comprei mais 4 caixinhas pequeninas para as auxiliares que terão no seu interior apenas um chocolatinho feito por nós e 2 tabuleiros de madeira. Ainda não estão concluídos mas já dá para terem uma ideia.
Para além de ficar relativamente económico e de ser de rápida execução descobri uma verdadeira terapia.

13 novembro 2007

Sózinhos em casa

A filha foi de combóio ( com a tia claro ) para casa dos avós e nós estamos os dois, em estado de enamoramento, sózinhos em casa.
Eu pensava que com o tempo me habituava a estar sem ela e que já não ia custar nada. Custa menos que da primeira vez, mas custa sempre ( e vai me custar mais ainda quando de manhã eu não ouvir a sua vozinha a chamar por mim ).
Ontem enquanto arrumava a mala dela pensava nas mil e uma coisas que poderiam acontecer e meti os medicamentos possíveis e imaginários das doenças possíveis e imaginarias de que poderia precisar ( como se não houvessem farmácias por lá ), coloquei o dobro das mudas de roupa necessárias para o caso de como anda mais distraida, fizesse xixi, pus casacos quentes e casacos mais frescos, camisolas mais frescas e mais quentes e o resultado foram 2 malas de roupa para 4 dias fora.
A cada peça arrumada era a nostalgia de não a ter perto, porque uma coisa é passar uma noite em casa da minha mãe que é já ali e outra é estar a 100 kms de distância.
Faz-lhe muito bem a ela porque convive com os primos, tios e avós mais intensamente porque apesar de irmos frequentemente lá é sempre a correr e nunca dá para estar com todos. Faz-nos bem a nós que dormimos melhor ( e agora até nem nos podemos queixar ), namoramos mais e dedicamo-nos mais enquanto casal. Faz-me bem a mim, porque a cada ida relembro que é e será sempre a minha filha, mas também é e será sempre sobrinha, neta, prima, amiga.
Custa-me sim, mas sei que é tão bom para ela ( e ela adora ) que só temos ( todos ) a ganhar com isso.

12 novembro 2007

Hoje

Na escola sou recebida pela antiga educadora e peço para dizer à educadora Ana que até ao final da semana não irá mais ( já que agora não nos deixam estar à porta da sala porque a confusão com os miudos instalava-se com a chegada dos pais ).
Quando chama a Beatriz ouço a educadora Ana dizer que quer falar comigo. Como é de poucas palavras fiquei logo a " medo " ( coisas de mãe ).
Vem com ar satisfeito dizer-me que a Beatriz se tem portado muito bem e que estava a pensar a partir de amanhã retirar as fraldas da cesta pois acorda sempre seca e pede imediatamente para fazer xixi. Digo-lhe que em casa também não molhava as fraldas da noite mas que voltou a fazê-lo e que por isso ainda não iria tentar as da noite, mas concordei com tentarmos tirar as da cesta. Pediu para que no resto da semana o fizessem e que tivessem em atenção para que não houvesse regressões ( pois vai para casa dos avós passar o resto da semana com a tia que estará de férias e no meio da agitação e das alterações de rotina é normal que se descuide ).
Elogia-a e diz que tem estado impecável tanto no desfralde como no comportamento, pede-lhe um beijinho e retribui-lhe uns quantos e eu venho de lá a " pingar " baba pelo queixo.
Como é que uns xixis no sitio certo nos fazem delirar é que eu estou para entender. Coisas de mãe :)

Perguntas e raciocinios

Fico pasmada com os racíocinios que faz.
Outro dia foi comigo à farmácia do hospital. No balcão estavam vários montes de documentos ( facturas, guias de remessa, etc ). Pergunta-me se aquele era o trabalho da senhora.
Outro dia de manhã diz-me que não quer ir para a creche e que quer ir para casa da avó.Digo-lhe que está a trabalhar e prontamente me diz que então quer ir para casa da avó velhinha porque a avó velhinha está doente e não trabalha. Apesar de numa dada altura ela saber que eu estava doente nunca lhe disse que não ia trabalhar, pelo contrário, sempre disse que ia para que não quisesse deixar de ir para a creche.
Sabe que os avós são nossos pais sem nunca lho termos dito, apenas porque nos ouve chamar mãe/pai. Sabe que os tios são pais dos primos da mesma forma.
É perspicaz e curiosa. Faz imensas perguntas e geralmente, a resposta a uma pergunta suscita-lhe outra dúvida. Ouve atenta e muitas vezes repete a pergunta para que repitamos a resposta até que entenda ou que aquilo " encaixe " na sua cabecinha.
Um dia destes viu o meu penso higiénico colocado nas cuecas e tive sérias dificuldades em explicar o que era aquilo e para que servia. Pensei em dizer que era uma fralda mas na fase em que está dizer-lhe que eu, crescida tinha fralda não me parecia nada bem. Disse-lhe que estava a deitar sangue, mas que não me doia e que ia passar no dia seguinte. Contentou-se com a resposta e eu fiquei aliviada porque realmente não sabia como dizê-lo a uma criança de 2 anos, principalmente a uma criança de 2 anos que conta TUDO o que se passa cá em casa se puxarem por ela ( e às vezes nem precisam de puxar ).
Já tem algumas noções temporais, por exemplo, sabe e aplica o amanhã e o hoje.
As últimas questões complicadas tem sido acerca de Jesus e da Nossa Senhora. Tudo começou porque a minha avó tem um fio com um crucifixo. Perguntou o que era e a minha avó disse-lhe que era Jesus, o Nosso Senhor. Depois disto em Santiago de Compostela na Catedral viu imensas imagens e perguntava quem eram. Iamos lendo os nomes e iamos dizendo e muitas vezes acompanhava a pergunta com um:
- Ahh, é tão uindooo!
Reconheceu Jesus.
Não somos de ir a igrejas, raramente vou a missas, tenho fé, sou cristã, católica porque nunca conheci outra religião. Pratico a minha fé à minha maneira, falo com Deus e com Jesus mas não necessariamente nos locais de culto. Fiz apenas a primeira comunhão porque um dia ia receber a Óstia e um padre negou dar-ma porque eu, com 12 anos e corpo de criança ainda, fui de cavas até ao altar. A partir daí não quis mais saber da educação cristã, apesar de ter casado pela igreja e baptizado a minha filha.
De volta ao assunto, só em Santiago de Compostela viu Jesus na cruz. Desde aí, sempre que passamos por igrejas pergunta se está lá Jesus e a Nossa Senhora. Pede para entrar e ir ver. Associa o aspecto exterior de uma igreja " à casa de Jesus ". Na Covilhã entramos numa delas e ficou impressionada com as feridas de Jesus. Perguntou quem fez aquilo ao Jesus e onde estavam. Pede-me para cantar músicas de Jesus. Isto realmente não sei onde foi buscar pois na escola não cantam músicas bíblicas, aliás, a escola é laica e acho bem, no sentido de que cada um seguirá o seu caminho, sem influências.
Um destes dias viu um livro infantil sobre o nascimento de Jesus e disse imediatamente que era um livro de Jesus e que queria a história do Jesus. Não lha comprei.
As perguntas dela começam a exigir respostas que a minha pouca educação bíblica não lhe consegue dar. Já não me lembro de muitas das histórias bíblicas e por isso, este fim de semana comprei-lhe uma Bíblia para criancinhas para lhe dar no Natal.
Cresce mais devagarinho filha, não tenhas pressa!

11 novembro 2007

Dia de S. Martinho

Dia de castanhas, água pé ( ou jeropiga ) para os adultos, de saltar fogueiras, dia quente e noite fria. Lembro-me que na casa da minha vizinha ( que sempre a tratei assim mas que era quase uma tia ), beirã, se cozinhava geralmente cabrito ou borrego e eu só não jantava lá em casa nessa noite porque não gostava de nenhuma das iguarias. Era compensada com uma tapioca ou um arroz doce feito por ela e uma tigela de marmelada ou geleia de marmelo. Lembro-me de em criança saltar a fogueira, uma fogueira baixinha que não era muito aventureira. Depois, na adolescência e idade adulta, porque passei a viver numa cidade e onde mal conhecia os meus vizinhos, nunca mais se saltou à fogueira nem se estava à conversa na rua com a vizinhança até às tantas.
Há pouco mais de ano e meio voltei à freguesia onde morei até aos 11 anos. Há pouco fui à rua passear a cadela e no ar está um fumo imenso, um cheiro a lenha queimada, ouvem-se vozes de adultos e risos de criança, ouve-se música. Procuro de onde vem tanto fumo e vejo que vem dos quintais aqui e ali, um pouco por todo o lado.
Imagino que também eles irão saltar à fogueira e lembro-me de imediato de tudo o que descrevi. Não vou saltar à fogueira porque ao contrário da minha infância em que quase em cada rua, a festa era pública, aqui são " festas particulares ", mas comemora-se felizmente, que eu há coisas em que gosto de manter as tradições, ainda que adaptadas à realidade actual.
Só este ano conheci a lenda do Verão de S. Martinho, numa das revistas " pedagógicas " que compro.
Este ano comi castanhas assadas no forno eléctrico acompanhadas por uma tisana gelada. O ano passado bebi uns 10 mls de água pé em casa da minha mãe e já não consegui trazer o carro para casa ( tsss... fracota ).
Gostava que daqui a uns anos, também a minha filha associasse o dia de S. Martinho a convívio, a festa e a partilha e que não seja apenas um dia como os outros. Para o ano quero ver se combino com qualquer casal amigo com filhotes e com quintal para ver se fazemos uma festarola, ainda que "privada ".

09 novembro 2007

Como te chamas?

Quando lhe perguntam o nome responde :
- Tiz B...
Se lhe pergunto o nome completo/todo diz:
- Biatiz de C..., M..., B... ( certinho com o de e tudo ).

Observadora

Vem ter comigo, aponta para a camisola que eu tinha vestida e pergunta-me:
- É do Noddy?
Digo que não e ela aponta um pouco mais abaixo e volta a fazer a mesma pergunta.
Olho para onde tem o dedo e vejo que aponta para a letra N.
Respondo-lhe:
- Ahh sim filha é a letra N de Noddy, muito bem.
Contente volta a apontar para o local inicial que também tinha uma letra N e diz que é do Noddy.
Depois aponta para o O e para o D e diz que também era do Noddy.
Fico toda babada e encho-a de beijos.
Nunca tentamos ensinar-lhe as letras, fê-lo apenas por memória visual.

08 novembro 2007

6/11/07

Com temperaturas a rondar os 27ºC e um final de dia passado na praia que até deu para molhar os pés na água fresquinha da Praia da Torre.
Pena foi ter acabado o dia com o pai no hospital com taquicardias e crises de pânico/ansiedade, mas ainda assim, foi um dia bem passado contigo meu amor.

Fim do dia na praia

07 novembro 2007

" Novas " notas musicais

Dó, guê, mi, á, xóue, uá, ui... ( Dó, ré, mi, fá, sol, lá, si ).

Nós por cá

Um pai com crises de ansiedade a precisar urgentemente de parar ( a nível de trabalho ), uma filha com diarreia novamente e a queixar-se da boca, uma cadela que reivindica uma atenção que não consigo nem tenho paciência para lha dar e uma mãe como se sabe, a gerir isto tudo.
" Vamos andando ".

05 novembro 2007

Nem tudo foi bom no fim de semana

Senti na pele a marginalização a que uma pessoa com uma doença fora do comum é vetada pela " ignorância " dos outros.
Passo a explicar, a terapeuta antes de me iniciar a massagem de drenagem linfática pergunta-me o porquê de tomar cortisona ( pois foi a retenção de líquidos provocada pela dita que me levou à marquesa ). Digo-lhe que tenho uma meningite mas que não se sabe a origem ( bláblá blá ). Sinto que só ouviu a parte do " meningite " e ficou em pânico.
Não me diz nada e interrompe por 3 vezes a massagem, sai 2 vezes da sala e na outra vez batem à porta.
Pergunta-me em pânico se é contagioso uns largos minutos depois de eu lhe ter explicado e de máscara na mão pergunta-me se eu me importo que coloque a máscara. Explico tudo resumidamente mais uma vez, digo que não é contagioso que não é uma meningite meningocócica e que tinha uma filha de 2 anos que nunca poria em risco caso fosse contagioso.
Não deixou de pôr a máscara e devo dizer que aquilo mexeu comigo, abateu-me, fez-me sentir que realmente eu era portadora de uma doença perigosíssima e que poderia estar a por em risco a vida das centenas de pessoas com quem tenho convivido ao longo destes meses. ( Não é nada, mas enfim ).
O resto do dia foi passado num estado de espírito um pouco depressivo, com aquela imagem na minha cabeça dela de máscara na boca . Compreendo e aceito que não tenham de conhecer a doença, nem acreditar nas minhas palavras e que tentem como podem e sabem proteger-se, mas a sensação causada no suposto " foco transmissor " é terrivelmente dolorosa.
Depois dei 2 estalos psicológicos a mim mesma, levantei o nariz lá para cima e segui para outra mas deu-me uma nova prespectiva de como se sentem as pessoas com doenças contagiosas ou invulgares.
Não consigo explicar, mas é mau, realmente mau.

Gaba-te cesto...

A maioria das crianças da idade da Beatriz ( ou aproximada ) são tímidas. Chamar-lhe-ia quase uma fase porque de facto é um denominador comum.
Ela não é tímida, tem os seus momentos que passam quase tão depressa quanto chegaram. Sorri para quem não conhece, acena às pessoas por quem passa num centro comercial cheio de gente, manda beijinhos, dá beijinhos, fala, puxa conversa, mete-se com outras crianças para brincar( sejam mais velhas, mais novas ou da mesma idade e geralmente as crianças costumam fazê-lo apenas com crianças mais velhas ), cumprimenta as pessoas quando chega a algum lugar mesmo que ninguém esteja a reparar na fedelha de oitenta e poucos centímetros que lá de baixo vai falando até que lhe dêm troco.
É muito confiante nela própria e nisso posso dizer que tem uns quantos genes a quem puxar.
Dá-me cá um orgulho ver que tens uma boa auto-estima, miúda, faz-me sentir que enquanto pais estamos a fazer um bom " trabalho "( também tenho direito a babar)!

( Atenção que não quero com isto dizer que timidez é sinónimo de baixa auto-estima, quero apenas dizer que ela é muito confiante e isso nota-se também pela sua extroversão ).

28 meses ( e um dia )

Basta olhar para ti para saber que és feliz e isso é e será sempre o nosso maior " objectivo ".
Parabéns meu amor !

" Mini-férias - Fim de semana prolongado "

Foram 4 dias a fazer todas as refeições fora ( e que bem se come por lá ), a passear muito ( muitos kms fez o nosso carrinho ), a fotografar muito, com muito sol e bom tempo, com algum fastio da Beatriz e alguma tosse, com uma noite para esquecer com ela a acordar de hora a hora a queixar-se da boca e da barriga, com massagens, banhos turcos, sauna, piscina aquecida e jacuzzi, com idas aos parques infantis que iamos encontrando pelos nossos passeios e com descanso. Ainda conseguimos estar pessoalmente com estes amigos que gostei muito de conhecer. A Lara é uma " criança de revista ", linda, linda, com uns olhos divinais.
Ficou muito por ver porque os dias mais curtos e as estradas da Serra da Estrela dificultam os acessos, mas ficou a vontade de voltar para conhecer o que ficou por ver.

Fim de semana na serra da estrela

31 outubro 2007

Fim de semana prolongado

Daqui a pouco vamos sair para gozar de 4 dias ( que esperemos ) de descanso, lazer e ócio lá para a Beira Interior.
No arsenal levamos a máquina de aerosóis, de vapores e os medicamentos, o normal :)
Bom fim de semana e até já!

Tosse e expectoração

Voltamos aos aerosóis com 1/2 pipeta de Atrovent ( que aparentemente já não lhe fazem conjuntivites ), aos vapores com eucalipto durante o banho e no quarto com a Vapone, ao soro no nariz e à neo-sinefrina, à transpulmina no peito e costas e ao Bissolvon ( Atacamos em todas as vertentes porque o Outono e Inverno passados deixaram-nos calejados ).
Voltei a fazer-lhe as massagens respiratórias ( em casa a dar-lhe as pancadinhas que aprendi enquanto deixa ) e de cada vez que o faço diz-me sempre que são maxagens como o Matim/Patim pois da última vez que estivemos com estes amigos eu fiz-lhe massagens e ela não se esqueceu.

30 outubro 2007

Dela aos quase 28 meses

Isto anda muito mais um diário meu que dela ( acerca dela, para ela, whatever ). Tenho a sensação que daqui a uns anos vai passar à frente das páginas dos últimos meses e dizer-me:
- Que seca, mãe! ( ou outra qualquer expressão do género que se use na altura )
Pois filha, é o melhor que se pode arranjar, pois a mãe não é escritora nem tem pretensões a tal e dá-te por satisfeita de teres tantos detalhes da tua infância registados que de outra forma perder-se-iam nas memórias ( e fica tanto por registar ).
Adiante, tenho me esquecido de registar tanta coisa que tem aprendido que qualquer dia isto não pode ser chamado de diário dela mas sim mensário.
Domina as cores básicas, azul ( ajúlí ), verde ( bêde ), amarelo ( abaréuo ), vermelho ( vemêiu ) e também o preto ( pêto ), cor-de-rosa( cô de goja ), cor-de-laranja( cô de laanja , castanho ( castanho ) e nem sempre, o rôxo ( gôxo ).
Conta até 10 e reconhece os números também até ao 10, se bem que confunda o 6 com o 9. Se colocarmos as peças com os números espalhados reconhece um a um, se lhe pergunto que número é este, responde o primeiro que lhe vem á cabeça sem pensar. Não percebi bem o porquê já que os reconhece.
Sabe qual e a mão esquerda e a mão direita mas nos pés ainda se confunde.
Quando conta objectos começa pelo 2 e não pelo 1, pelo que conta sempre 1 a mais :)
Fala bastante e relativamente bem mas quando está nas brincadeiras dela fala numa linguagem exótica e lá no meio dessa linguagem aparecem umas palavras decifráveis. Eu digo-lhe que não percebo nada do que ela está a dizer e ela não me liga nenhuma, ri-se e continua a falar dessa forma. Acho que é mesmo para eu não perceber.
Canta, encanta-nos e inventa as letras. As invenções também são geralmente na tal lingua estrangeira ( Tenho de gravar ).
Brinca muito sózinha mas está sempre a chamar por mim para ir brincar com ela. Eu vou sempre que posso e no Domingo teve uma barrigada de brincar com a mãe que nos soube muitíssimo bem. Ontem ouvi a notícia de que apenas 6 em cada 100 pais brincam com os filhos. Fiquei surpreendida com os números. De facto ( e não o digo para ficar bem na " fotografia" ) faço parte desses 6 pais que dedicam todos os dias, pelo menos um bocadinho só para brincar.
As brincadeiras favoritas são com os bonecos carecas, a pintar/desenhar, a fazer os puzzles de madeira, a ver e a contar as histórias dos livros e no escorrega.
No Domingo quis que me sentasse na cama dela enquanto ela dançava e cantava para mim ( Xenta na cama, eu bou cantái e danxái). Atirou-se várias vezes ao chão de propósito no meio das danças e ria-se. Se fosse rapaz, diria que tinhas jeito para futebolista, mas como rapariga, não vais longe, filha.
Está vaidosa; quando estreia algo gosta de se ir ver ao espelho e até dá uma meia volta para ver bem como lhe assenta a roupa atrás.
Continua simpática e muito dada, mas também tem dias em que não me larga as saias.
Não liga nenhuma a televisão e desenhos animados a não ser de manhã quando está cheia de sono ( e eu agradeço que assim seja, se bem que de vez em quando me dava jeito que gostasse um pouco ).
Anda numa fase de mãezite e eu numa fase de filhite :)
Anda a comer mal mas isso já não é defeito é feitio. Agora quer que seja sempre eu a dar-lhe e eu como quero é que coma qualquer coisa dou se não é que não come mesmo. Voltamos a ter de picar a carne e o peixe que sua excelência voltou a não querer aceitar os sólidos. Regrediu na alimentação e não sei muito bem porquê.
Não chega aos 11 kilos de gente e deve andar pelos 84 cms, bem pequenina. Calça o 20 :).
É meiga e tão depressa nos dá uns beijos de derreter como arma uma birra de nos fazer tirar do sério. Com ela a palmada não resulta mesmo. Só mesmo o castigo e não digo que não leve palmadas, leva ( poucas mas leva ), mas mais pelo descontrolo nosso do que pela eficácia das mesmas. É que se lhe damos palmada ela retribui e não desiste. E nem eu nem o pai queremos ir batendo até que desista. Quando assim é vai de castigo, não para a cadeira porque essa já está na arrecadação, fica no tapete a pensar no que fez de mal e até que peça desculpa e nos dê um beijinho.
É muito ligada à familia e dá pela falta das pessoas quando passa mais tempo do que é costume sem as ver. Gosta de falar ao telefone mas depois pouco fala. Nunca está parada a falar e ouvir o que dizem, ou está a brincar com qualquer coisa, ou a andar de escorrega ou a desarrumar a prateleira dos livros, tem de estar a mexer. Mesmo " à gaja ".
Adaptou-se bem à nova educadora e nós ( eu e educadora ) também já nos adaptamos.
Gosta da escola mas continua a não gostar do Francisco( Xico ). Por sua vez o Francisco só fala dela em casa e anda sempre atrás dela na creche. Melga ( ehehehe)! Se tem uma borbulha, um arranhão ou uma nódoa negra diz sempre que: Foi o Xico bateu, ou então foi a méuga ( melga - porque faz grandes babas ).
Adora os primos e anda na fase de imitar tudo o que o Daniel ( mais velho 1 ano e 1 semana ) faz, para o bem e para o mal. Dão-se muito bem e acho que nunca se bateram, pelo contrário, andam sempre aos beijos e abraços.
A heroína dela é a Patrícia, a prima, talvez por ser bem mais velha ( tem 14 anos ). Em casa, quando lhe ralhamos ou pomos de castigo chama pelas avós e pela Patrícia.
Agora tem medo do escuro e não entra em divisão nenhuma se a luz estiver apagada. Diz que tem medo. Outro dia disse-me que tinha monstros no quarto.
Está muito mais menina mas ainda consigo ver a minha bébé à noite quando acaba de adormecer e faz aquele barulhinho de chuchar sofregamente na chucha e de manhã, quando ensonada se aninha no meu abraço. Tento gravar na minha memória esses momentos e só me apetece apertar-te e colar-te ao meu peito.
Quando lhe pergunto quem é a minha bébé diz num sorriso malandro: " Xou eu ", mas se lhe pergunto se é bébé diz-me " Não, é mina ( menina )".
E é uma menina tão linda, tão linda, tão linda, pá! ( E eu sou tão babada, tão babada, mas tão babada ).


( E fica sempre sempre tanto por registar )

Desfralde ( Ou post de mero interesse para uma mãe )

De Quarta até Sábado andou de diarreia ( muito líquida ) mas nem por isso ouve qualquer descuido. Uma crescida.
Acho que posso dar o desfralde diurno como conseguido.
Desde há algum tempo que acorda sempre com a fralda da noite seca e logo que acorda faz um grande xixi. Por perguiça minha ( que não quero andar a mudar camas a meio da noite ) e porque ela ainda deixa colocar a fralda, não estou a tentar o desfralde nocturno mas acho que se o tentasse seria bem sucedido. Vamos deixando andar assim.

29 outubro 2007

Há coisas que só entendemos quando somos mães...

Debaixo da minha cama havia um gavetão, feito pelos meus pais onde guardava as tralhas pequeninas.
Lembro-me que de vez em quando a minha mãe de joelhos no meu quarto, puxar o gavetão e começar a fazer a" escolha ". Eu ia sempre a " medo " para junto dela porque sabia que quando ela se lembrava de mexer ali, grande parte dos brinquedos iam fora ( que nem sequer estavam em condições de ser dados ). Bonecas sem braços, com cortes de cabelo radicais, puzzles com falta de peças, mobilias pequeninas partidas, havia de tudo, mas eu achava sempre que os brinquedos estavam bons e custava-me desfazer deles. Havia sempre um ou outro em mau estado que a minha mãe deixava ficar mas o resto ia para o caixote.
Actualmente não sou nada ligada às coisas e não me custa desfazer do que esteja em mau estado ou até daquilo que estando em bom estado não uso e portanto não passa de tralha.
Ontem, como faço com alguma regularidade, comecei a dar volta ao cesto da sala que tem alguns brinquedos dela enquanto dormia. Lembrei-me da minha mãe a escolher os meus brinquedos e desejei que ela não acordasse entretanto. Ela acordou e se bem que a maioria das coisas já tinham sido ensacadas( uns para guardar para um eventual segundo filho, outros para dar e outros para o lixo ), ela começou a brincar com tudo aquilo que estava no chão para ir para o caixote como se fosse o brinquedo mais precioso que tinha. Deixei-a brincar e depois, quando se distraiu com outra coisa qualquer, os brinquedos ( ou restos deles ) tiveram o seu destino.
O cesto ficou bem mais liberto e até acho que assim, com as coisas mais visiveis, irá brincar mais( apesar de ela brincar bastante ) . É que muitas vezes acaba por não brincar com muitos deles porque não os vê.

Para vossa informação

Na ( longa ) consulta de quinta-feira, pedi à neurologista que me receitasse algo para a memória que desde a maternidade não ficou grande coisa, mas que com a doença agudizou. Diz-me que os medicamentos que têm são para a doença de Alzheimer e Parkinson e que não sendo nenhum dos casos não ma iria receitar. Disse também que todos os medicamentos à venda nas farmácias e dietéticas não tem efeitos científicos comprovados e que a comunidade médica neurologista está convencida que não são mais que medicamentos placebos. Quanto muito, poderia dar-me um multivitamínico ( tipo Centrum ). Não costumo ( acho que nunca tomei mesmo ) tomar este tipo de medicamento mas conheço quem faça disto hábito,por isso é bom saber que não tem efeitos comprovados, valem o que valem.
Quanto ao meu caso específico, disse que o cérebro era como um computador, quando abrimos demasiadas janelas ao mesmo tempo bloqueia e que era isso que acontecia comigo neste momento mas que a memória ficava gravada, só não acedia era com a mesma rapidez aos ficheiros.
Receitou-me 1 ou 2 Xanax em caso de SOS que eu disse prontamente que só iria tomar 1 e não 2, em caso de muito muito muito SOS, pois viciada em medicamentos, já eu ando, não preciso de ansiolíticos. Disse-lhe que não tomava os da ansiedade e que também não iria tomar estes.
Riu-se, concordou e disse que eu tenho mau feitio, mas isso não é nenhuma novidade :).