05 novembro 2007

Nem tudo foi bom no fim de semana

Senti na pele a marginalização a que uma pessoa com uma doença fora do comum é vetada pela " ignorância " dos outros.
Passo a explicar, a terapeuta antes de me iniciar a massagem de drenagem linfática pergunta-me o porquê de tomar cortisona ( pois foi a retenção de líquidos provocada pela dita que me levou à marquesa ). Digo-lhe que tenho uma meningite mas que não se sabe a origem ( bláblá blá ). Sinto que só ouviu a parte do " meningite " e ficou em pânico.
Não me diz nada e interrompe por 3 vezes a massagem, sai 2 vezes da sala e na outra vez batem à porta.
Pergunta-me em pânico se é contagioso uns largos minutos depois de eu lhe ter explicado e de máscara na mão pergunta-me se eu me importo que coloque a máscara. Explico tudo resumidamente mais uma vez, digo que não é contagioso que não é uma meningite meningocócica e que tinha uma filha de 2 anos que nunca poria em risco caso fosse contagioso.
Não deixou de pôr a máscara e devo dizer que aquilo mexeu comigo, abateu-me, fez-me sentir que realmente eu era portadora de uma doença perigosíssima e que poderia estar a por em risco a vida das centenas de pessoas com quem tenho convivido ao longo destes meses. ( Não é nada, mas enfim ).
O resto do dia foi passado num estado de espírito um pouco depressivo, com aquela imagem na minha cabeça dela de máscara na boca . Compreendo e aceito que não tenham de conhecer a doença, nem acreditar nas minhas palavras e que tentem como podem e sabem proteger-se, mas a sensação causada no suposto " foco transmissor " é terrivelmente dolorosa.
Depois dei 2 estalos psicológicos a mim mesma, levantei o nariz lá para cima e segui para outra mas deu-me uma nova prespectiva de como se sentem as pessoas com doenças contagiosas ou invulgares.
Não consigo explicar, mas é mau, realmente mau.

8 comentários:

Ana disse...

É normal essa atitude mas bastante anormal continuar a tê-la depois da tua explicação.

Cabeça erguida!

Smas disse...

Tudo o que é desconhecido nos assusta, mas depois da tua explicação e tendo em consideração que até falaste na Bia não faz sentido.
Força, linda!
Bjs

Morena disse...

cabeça levantada mulher! se quiseres vir cá podes vir, prometo que não há mascaras para ninguém! :o)

Unknown disse...

Bem....a srª não percebeu!!!!

Enfim!! Deixa lá!!! É melhor esqueceres!!

Unknown disse...

Desculpa mas depois da tua explicação a atitude foi de absoluta ignorância.
BAH!
Cabeça erguida!
Beijocas

Xana disse...

Isso é indecente! Desculpa dizer-te isto, mas eu nem lá tínha ficado! Não ligues, sei que é fácil falar, mas contra certo tipo de analfabetismo, não há nada a fazer. Ou melhor... há ignorar!S+o me posso orgulhar de ti. As sacudidelas que dás a ti própria e continuares a caminhar com força.

Beijinhos

P.S. A hipótese de adapatar, ou fazer um gavetão por encomenda foi posta. Mas também não dá!

Mamã artesã disse...

Meningite é sempre sinónimo de doença má e contagiosa. As pessoas nem querem saber que existe mais que um tipo de meniginte e que nem todas são perigosas.
É triste mas há pessoas que não sabem viver com a "diferença".
Senti muito isso na pele (felismente não foi por doença). Como sabes, sou ruiva. Na minha meninice existiam poucos ruivos naturais. Quando fui estudar para Sines, fui mesmo alvo de discriminação e parecia uma atracção de circo. Lembro-me de uma colega ter pedido para ver se era peruca.
Só mesmo há poucos anos consegui aceitar esta minha "diferença" e a andar de cabeça erguida.
Não te deixes abater por situações dessas, miga. Tens a consciência tranquila pois sabes que não estás a colocar nenhuma vida em risco.
Joquinhas
Sofia

Sara CS disse...

Enfim..., acho que na tua situação deixava de contar sobre isso. A ignorantes mais vale não dizer nada.
Força e não te deixes abater.