Não gosto de charadas, não porque não tenha jeito, mas porque não tenho paciência. Sou e sempre fui directa ( já fui mais é certo que aprendi que nem tudo se deve dizer ), não gosto de meias palavras, nem de palavras sub-entendidas, porque o sub-entendido dá lugar a muitas interpretações. Gosto de preto no branco, tim-tim por tim-tim, doa a quem doer, mesmo que esse alguém seja eu, prefiro as verdades directas, sem falsos rodeios.
E isto faz-me dar voltas à cabeça, porquê?, o quê?, o que quererás? e não chego a resposta nenhuma. Sentir o meu destino nas mãos de outrém, ainda que sejas tu, mostra-nos sobejamente pequenos, insignificantes e segundo sei e acredito, cada um de nós conta e muito para ti. Então porque não me respondes, porque me deixas neste silêncio tão cortante, neste mar de perguntas sem respostas, rumo ao desconhecido. Não consigo deixar de pensar no porquê? que mal fiz eu? Eu não gosto do coitadinha, mas acho que já começo a ter pena de mim mesma.
Sinto-te e não te ouço, quieto, a observar-me, como se o desenrolar dos acontecimentos dependesse da minha actuação. Mas não depende, ou se calhar depende e eu não consigo ver como. Ajuda-me a ver, ajuda-me a encontrar o caminho. Começo a sentir-me perdida, desmotivada, cansada de tudo isto. Tem mesmo de ser assim? Até quando?