09 janeiro 2009

Indignada

Com a justiça portuguesa, ou antes, com alguns juízes portugueses.
Não quero defender que a atitude dos pais afectivos foi a mais correcta, porque me foi dado a conhecer o caso com os seus factos reais ( e não os que passam nos media ) e houve atitudes erradas destes pais, que fugiram com a criança à justiça. Não vou dizer que o pai biológico não tenha mostrado interessa pela criança senão ao fim de 5 anos, porque de facto, segundo consta, desde os 8 meses, quando a reconheceu como filha após testes de paternidade, pediu a sua guarda. Não vou defender nenhum dos adultos , mas a criança, a principal lesada nisto tudo.
Independentemente das acções dos adultos esta criança só conhece aqueles pais e não é aos 5 anos que se diz:
- Este é que é o teu verdadeiro pai e vais ter de viver com ele.
Concordo com uma conjugação de esforços para que nenhum dos pais ( biológicos e afectivos ) perdessem o contacto com a criança, mas retirá-la do seu meio, tirar-lhe os seus pilares que considera seguros ( os pais, a casa, a escola, os amigos, a família ) não é de todo a melhor das opções. Diz-me o meu senso comum e a minha opinião enquanto mãe.
Indigna-me como é que os técnicos, psicólogos, assistentes sociais, podem dar um parecer favorável a que se desenraize a criança e se altere todas as suas referências, para cumprir o que consideram justo. Justo é a criança sofrer o mínimo possível, justo é harmonizar esforços para que a criança se mantenha no seu meio, convivendo saudavelmente com as suas 2 famílias. Assim a criança ganharia 2 famílias, não perderia uma delas, a meu ver, a principal, a que conhece desde que tem memória.
Não li o parecer mas suponho que seja isso que refere, ou será que o tribunal decidiu ignorando o parecer de quem de direito, de quem sabe do que fala? Terá um juiz competências para julgar o desenvolvimento harmonioso de uma criança? É porque é disso que se trata, não de fazer cumprir um qualquer conjunto de artigos da Lei.

http://sic.aeiou.pt/online/video/informacao/Primeiro+Jornal/2009/1/esmeraldaentreaopai.htm