15 julho 2009

Vale a pena fazer frente

Com a crise, muitos empresários entraram em alarmismos muitos deles infundados.
Na minha entidade patronal a crise fez-se sentir no primeiro semestre do ano e fruto dos alarmismos infundados foi decidido levar à risca os horários de entrada. À risca no sentido de não respeitar os 15 minutos de tolerância de ponto que todos os trabalhadores têm para eventuais atrasos, à risca de considerar 3 minutos de atraso e os descontar no vencimento, numa base de cálculo confusa, sem qualquer legalidade e com um grande cunho de discriminação. Foram ao cúmulo de descontar os minutos de atraso mas não considerar os outros tantos compensados na hora de almoço ou ao final do dia, isto quando nem sequer existe livro de ponto.
Reclamei a ilegalidade e nada, voltei a reclamar e nada, fartei-me e pedi para trabalhar em horário flexível, com uma carta de pedido que não deixou sem qualquer argumento de recusa, que modéstia à parte, " sei fazer as coisas ".
Ao fim de 30 dias da comunicação comecei com o meu novo horário, depois de muita gente ter ficado vermelha de fúria. Sou a única na empresa que no total do grupo deve contar com cerca de 80 colaboradores.
Tive noção que ao fazê-lo não iria cair nas boas graças, mas quem não deve não teme. Pensei que os prémios de produtividade teriam acabado para mim. Geralmente é esta a arma de arremesso quando alguém se atreve a fazer frente, o que é caso raro, verdade seja dita.
Desde que fui mãe, por ter gozado licença de maternidade de 5 meses e por ter " ousado " gozar a licença de amamentação, mesmo depois da " sugestão " para não o fazer, os meus prémios decresceram 80% do pré-maternidade.
Não quis saber, a minha dignidade vale muito mais que os prémios e fiz frente.
Até meio de Junho percebia os comentários dos colegas e chefias ao chegar mais tarde e sair mais cedo mas ignorei que sabia que era uma questão de tempo até se " habituarem ".
Depois das minhas férias o ambiente melhorou consideravelmente e tinha até comentado que tinha voltado a ser a Bestial ( que aqui se passa de Bestial a Besta em menos de nada e vice-versa ).
Qual não é o meu espanto quando hoje de manhã, o meu marido me comunica que na minha conta bancária entrou uma transferência referente a 3/4 do meu ordenado.
Resumindo e concluindo, vale a pena fazer frente!

1 comentário:

Liliana ♥ disse...

parabéns Lúcia
GRANDE GAJA :O) LOL é o q é!

um beijinho