30 julho 2009

Que gafe

Fiquei de escrever o post sobre a minha opinião sobre a região Turca onde estive nas férias. Esqueci-me e com isso esqueci-me de registar um facto sui generis que aconteceu.
Ao contrário do que eu pensava, as loiras de olhos azuis não causam sensação, por lá, apesar de serem mussulmanos. As morenas é que é gordas, magras, morenas.
O fotógrafo do hotal, assim que me via ou à minha filha, não tirava o dedo do gatilho. Raio do homem que era mesmo sangue-suga e podia ser apenas pelo lado comercial da coisa, mas não era que via que sempre, as morenas eram muito mais fotografadas que as loiras, em maioria naquele hotel.
O turismo é essencialmente de paises de leste, logo, russas, moldavas, ucranianas são às paletes.
Os turcos são fisicamente semelhantes aos" tugas " mas há loiras também morenas, de olhos escuros, claros, há de tudo. Os homens não fossem as feições mais " brutas " seriam o meu paraíso na terra de adolescente. Maioritariamente morenos de olhos claros :).
Bom voltando à vaca fria, o fotógrafo não nos largava e quando a minha miúda o via ao longe já me avisava:
- Oh mãe, vem ai o fotógrafo outra vez.
O gajo era chato, mas divertido e simpático e à pala dele tirei fotos vergonhosas, ora sozinha ora com o marido. Eu bem senti uma coisa a crescer numa das fotos em que me encostei com o traseiro... enfim, isto é um babyblog, fico por aqui.
Ele foram fotos à beira mar, tipo baleia dada à costa com os belos dos sapatinhos para andar nas pedirnhas, ( um must ), ele eram fotos do casalinho agarradinho , do casalinho com a filha ao colo, a apontar para as nuvens, parecia que o dia do nosso casório se repetia, com a vertente de q no nosso casamento, dissemos que não queriamos fotos destas, com grandes poses falsas. Pimba, apanhei um fotografo chato e persuasivo e era vermo nos em figuras impensáveis.
A minha filha para o final já embirrava com o tipo, parecia a nossa sombra. Disse-lhe isso mesmo e ele abrandou :)
Continuando para bingo, não só eu tinha muitos olhares dos gajos turcos, como tinha muitos olhares desses mesmos turcos, NA MINHA FILHA.
Ora se não tinha muita graça ser comigo, fazia-me ficar irada quando se dirigiam à miúda.
Não havia loja, rua por onde passassemos que não se metessem com ela, que não lhe quisessem tocar ( são muito físicos os turcos ), e em todas as lojas, todinhas, lhe ofereceram coisas, pulseiras, penduricalhos, olhos turcos, eu sei lá, mesmo que não entrassemos nem comprassemos, ofereciam-lhe.
Eu andava com ela quase sempre no carro que ao princípio esta forma de estar me deixava insegura. No carro ela estava presa, não me fugiria e eu agarrava me aquele carro de unhas e dentes :).
Depois de conversar com um elemento da equipa de animação do hotel de quem gostamos bastante, percebemos que não o fazem por " gostos mais estranhos dos homens ", mas porque são um povo muito dedicado às crianças, que adoram e quase veneram, e que no fundo, acabam por valorizam muito mais que nós, ocidentais. Descansei um pouco mas não deixei de ter algum receio, mas passei a sorrir quando lhe ofereciam presentes ou a tentava acariciar ( tentavam que ainda assim eu não deixei grandes tocanços ).
Logo no início da nossa estadia aconteceu um episódio caricato que talvez não esqueça o resto da minha vida. Fomos a uma loja, no centro histórico de Side, edificado nas muralhas e ruinas gregas. Lá dentro o simpático comerciante, dono da loja recebeu-nos com um chá turco e uma chicha ( tabaco fumado nos cachimbos, vulgo ha-xixe ). Claro que não a fumamos mas agradecemos que é quase ofensivo recusar estas ofertas.
Bebemos o chá e passeamo-nos pela loja à procura dos " recuerdos ". O tal sr. não deixava de meter-se com a Beatriz e eu ia fazendo de tradutora entre os dois. A miúda, desinibida como é, lá foi conversando e conversando com o sr. No fim ele " espetou-lhe " 2 beijos nas bochechas e ela retribuiu. Puxou-me a mim e ao Nuno para o lado, depois de termos pago. Queria negociar. Ao princípio nem percebi o quê, já tinhamos feito as compras.
Explicou-me que na cultura deles, os pais programam o casamento dos filhos desde tenra idade. Disse que tinha 3 filhos e que o filho varão tinha a idade dela, 3 anos. Eu ainda estava incrédula e a pensar que estava a perceber mal a conversa.
Depois continuou dizendo que geralmente os homens ( pais ) combinavam entre si os pormenores e as mulher ( mães ) idem, que homem não negoceia com mulher e vice-versa, mas a mulher dele não estava ali e disse-me mais ou menos isto: já vi que você é que é o pilar do vosso lar e por isso combino as coisas consigo e não apenas com o seu marido.
Se eu tivesse bolinhas tinham-me caído aos pés, tal era o espanto. Eu desejava sair dali a correr, mas algo me colava ao chão, eu não queria acreditar no que ouvia.
Foi então que desvendou tudinho. Queria trazer uma foto do filho no dia seguinte para que o vissemos e caso concordássemos, combinariamos o casamento dos 2. A mulher dele também viria no dia seguinte, bebiamos mais um chá e acertavamos o dote.
Aí já eu tinha a boca aberta de espanto e foi quando lhe expliquei que na cultura ocidental os não combinamos casamentos, que somos livres de escolher o parceiro, que não há dotes. Ele insistiu dizendo que as mulheres eram bem tratadas e que a Turquia de hoje não era a mesma de há 10 anos atrás. Já havia casamentos escolhidos pelos próprios mas cabia-lhe como pai cumprir a tradição e encontrar-lhe noiva. Eu frisei que não queria fazê-lo, que respeitava a cultura deles mas que cumpriria a minha cultura e não iria prometê-la em casamento. Ainda me disse para pensar bem e disse-me o valor do dote que lhe daria : 100 ou 200 camelos, já não me recordo que eu já estava a fugir pela loja fora. respondi-lhe a brincar que não faria nada com camelos na Europa. Ele reformulou o dote e ofereceu-nos um Ferrari, isso mesmo um FERRARI para a minha filha ficar prometida em casamento ao filho dele.
Agradeci, voltei a dizer que não iria fazê-lo e saimos.
Toda esta conversa foi feita com muito respeito ( pelas culturas e por nós ) e aceitou a decisão. Acho que ficou connosco em boa consideração por não nos tentarmos com tamanha oferta. Convidou-nos para aparecermos na loja dias depois, não para combinar casamento que percebeu que não queriamos nada disso, mas para convivermos. Agradeci, disse que voltaria mas claro que não voltei que apesar de tudo ter sido respeitoso, calmo fiquei com medo que me tirassem a miúda, fiquei sim. Depois abrandou esse receio como reafirmei no inicio deste post, mas não deixei de ter algum.
Agora já brincamos com o assunto, mas eu posso dizer a viva voz e com testemunhas:

A MINHA FILHA VALE MAIS QUE UM FERRARI ! :)

8 comentários:

Vendas disse...

Aiiiiiiiii....... piiiiiiiiiiiiii, que isto é um baby blog e não se podem dizer palavrões!
Eu estou parva com o que contas! Sei que acontece, mas nunca pensei que o fizessem com estrangeiros que não conhecem de lado nenhum!

Eu acho que me pirava no minuto seguinte, meu rico filho, mas agora que penso, um Ferrari, sempre é um Ferrari, ahahahahahah !!!!

Ó morença toda boazona!
E cá entre nós, a menina não anda a sentir coisas a mais, ahahahahah!!!

Um beijo e vou-me que hoje tenho mesmo de trabalhar!

Lúcia disse...

O encostanço foi no marido. E sabes o q o marido queria fazer, procriar e mandar as crianças para lá, lol.
Bom eu disse que ele era doido mas agora q penso no assunto e se fizessemos recolhas de esperma e ovulos e os mandassemos para lá ... os genes estavam lá, davam-nos os ferraris à mesma e a malta não fazia mais nada na vida... acho que vou voltar à turquia para o ano para estudar a hipótese.
A mim não me fez fugir logo porque como disse, foi muito respeitoso, sem um clima assustador e fiquei tão colada ao chão com a surpresa que me mantive por ali até ao fim da conversa. Sim para o fim eu ja vinha a fugir da loja, melhor vinha a passo apressado e NUNCA mais lá passei até ao fim das férias, ai não...

Nuno disse...

é o que digo a minha mulher nao e normal!!tem cada uma!!!

com que entao se fosses mais nova a turquia era o teu paraiso!! deixa estar que logo conversamos!! :)

o sofa está preparadinho!!:)

Helena disse...

epá, não fazia ideia. já não vamos para a turquia de férias...hihi
beijocas

Vendas disse...

Nuno, olha que por acaso a ideia da Lúcia não é de todo má! Com sorte aindam arrecadavam uns 10 Ferraris, tinham é que vender que andar com isso nestas estradas era um crime!

Isso deve ser um negócio e tanto!

Lúcia e vai ficar o teu marido a pensar, o que me havia de faltar, outra para ajudar à festa!

Beijoca grande e bom fim de semana para vocês

Anabela, Lara e Miguel disse...

ihihih

Mamã da Bruna e do Rafael disse...

São recordações para a vida e a Beatriz vai delirar com a história um dia qd for maior, lol!!!!

Beijocas

. disse...

3 anos??? bolas... a mim tentaram trocar-me por um Ferrari na Tunísia :-) Mas já foi na viagem de finalistas, era um bocadinho mais crescida!!