09 julho 2008

Continuidade

Aos quase 51 anos, a minha mãe preocupa-se muito com a continuidade. Talvez porque escalou a pulso caminhos que se aos homens eram dificeis, mais ainda para uma mulher, divorciada, com 2 filhos a seu cargo e a ter de actuar como mãe e pai na ausência deste, que se divorciou da mãe e dos filhos. Não provimos de famílias " de bem ", muito pelo contrário, a minha avó vive numa casinha minúscula de um bairro dos trabalhadores da empresa onde o meu avô exerceu funções. Vivi lá grande parte da minha infância porque durante o dia estava com a minha avó. Aliás, durante um ano e pouco após o divórcio aquela casinha de 50 ou 60m2 foi o lar, dia e noite de 4 pessoas. Não nos esquecemos disso e por isso nos faz tanta confusão as " caganças " e as manias das grandezas. Somos simples e apesar da minha mãe viver num condomínio privado, eu vou à janela e dou 3 berros a chamá-la para não gastar uma chamada telefónica :).
Felizmente nunca nos faltou nada, materialmente falando e até posso dizer que para a época tinhamos uma vida acima do comum, apesar de sem ajudas do meu pai e de ser um só ordenado para 3 pessoas. A minha mãe trabalhava até altas horas mas todos os dias, chegasse a que horas chegasse, mesmo que nos tivesse de acordar, passavamos tempo juntos. Actualmente a minha mãe tem algum património ( não é rica nem pouco mais ou menos, está apenas bem " instalada " na vida ) à custa de muito esforço, de muito trabalho ( ainda actualmente ) e de muita luta. Há quem lhe inveje o que tem, não conheço ninguém que lhe inveje o que trabalha, ou as horas que chega a casa, ou as noites em branco que tem para resolver problemas que surgem. Tem 2 empregos e muito pouco tempo. Por isso, a continuidade dos seus negócios preocupam-na. Quer trabalhar mais uns anos e depois abrandar o ritmo e pôr os filhos ( e depois os netos ) a trabalhar para si, para que viva dos rendimentos e por isso é muitíssimo exigente connosco, mais do que com os outros. Nós filhos, beneficiamos um pouco da sua conquista e para nós o caminho foi-nos facilitado por ela, não há como negar. Na parte empresarial, a continuidade dar-se-á ( se Deus quiser ) por mim e pelo meu irmão, na parte de advogada não tem seguidor, pelo menos por enquanto. A minha sobrinha de quase 15 anos está ainda indecisa com o rumo do seu futuro e se bem que goste de advocacia, a timidez inibe-a de enfrentar um tribunal e por isso duvidamos que siga por esse caminho. A minha mãe diz que um dos netos irá seguir por aí e aposta na Beatriz como sua seguidora. Diz que a sua capacidade argumentativa para os seus recentes 3 anos darão uma boa advogada. Isso e a sua inteligência, claro. Ela delira com as respostas astutas que dá, eu penso nas dores de cabeça que me darão na adolescência a continuar assim :)

5 comentários:

Xana disse...

Ora então temos herdeira!! Ahahahah!

Beijinhos

Unknown disse...

Dra Beatriz... nada mau :)
Beijocas

Ana disse...

Parece que já a estou a ver no tribunal... ;P
Quem sabe, se não será mesmo ela a seguir a avó na advocacia!!!

Beijocas

Loira disse...

Pelo menos, acho que já dá para perceber onde herdaste a tua veia de lutadora e a tua segurança.
Em relação a Menorca, estive lá, sim, qd o Zézinho tinha 7 ou 8 meses.
Para ser franca, não é um sitio onde voltaria. Fiquei no hotel Milanos Pinguinos. Odiei a comida (passei um fome desgraçada e lembro-me que nem a fruta era boa... cheguei a ir a um supermercado comprar alguma fruta para o zézinho), os quartos eram mto pequenos (tinhamos de pôr o carrinho do Zézinho na porta para conseguirmos circular pelo quarto), o hotel daquele género caixa de fósforos com andares e mais andares (pelo q pude perceber são todos assim). De manhã, para tomar o pequeno almoço (estavamos num 7º ou 8+ andar) ficávamos na boa uns 15 minutos à espera de elevador :s). O hotel é temático: os flinstones (a quem eles chamam los picapiedra LOL)... era acordar e adormecer com YABADABADUUUUUU (MEDO).
As praias são boas, mas as melhoras só ficam acessíveis se alugares um carro. É estranho porque não há uma estrada que dê a volta à ilha à beira mar... acho q foi a ilha onde estive em que vi menos àgua. Tens uma estrada no meio da ilha e até lá que tens de ir sempre que te queres deslocar para outros pontos (um pouco confuso, na minha opinião). De qualquer forma, tens sempre a praia em frente ao hotel no caso de não estares interessada em alugar carro (a praia é boa e a água quente).
Para ser franca, comparativamente, gostei muito mais da Tunísia (a todos os níveis) e os preços são mais ou menos os mesmos. Eu voltaria à Tunísia... a Menorca talvez não. Mas tb te digo que isto às vezes são gostos ou simplesmente aquilo q tu achas bom pode não ser o q os outros acham. Quando fui para Menorca algumas prssoas recomendaram-me vivamente, inclusivé o hotel onde estivémos, dizendo que era o Paraíso... Nós não achámos!
bj*

Susie disse...

Ola que não me admirava nada, as coisas que ela diz e as repostas que dá...é bem capaz de a tua mãe ter razão.
Quanto ao resto acho que tu és muito parecida com a tua mãe. Uma mulher de força, com muita garra e que nunca baixa os braços.

:)