11 julho 2008

Ausência

Acho que nunca vou ser daquelas mães que se apraz de ter uns dias longe das crias, só para si e para o seu parceiro. A mim atormentam-me os dias sem ela, ainda que consiga nesses dias descansar mais, ter algum tempo e apreciar da companhia do meu querido com conversas para além das associadas à maternidade.
Gosto desses momentos mas não o suficiente para dizer que me sabem bem e que as saudades de não a ter são compensadas por isso e pelos abraços do reencontro. Não o digo para parecer uma mãe " mais preocupada ", digo-o porque não me sinto completa sem ela, porque chegar ao fim do dia e ter o colo vazio mas faz confusão.
No primeiro e segundo dia parece mesmo que a chego a ouvir chamar-me. Já cheguei a acordar de noite e ter de raciocinar para me lembrar que não está lá.
Por mais vezes que vá não consigo habituar-me. Custa-me menos que na primeira vez, mas custa-me e acho que custará sempre. Uma noite, duas é razoável para o meu coração de mãe galinha, aliás, durante esse tempo consigo usufruir feliz da ausência de responsabilidades de mãe ( os banhos, a roupa do dia seguinte, a mochila da escola... ) Mais que isso e os olhos começam a encher-se de lágrimas quando falo ou penso nela. E não é porque não confie é mesmo porque lhe sinto a falta, tanta falta.
Como sempre começo a sofrer por antecipação e hoje sexta-feira estou como o tempo, triste e cinzenta porque a partir de Domingo vou deixar de a ter ao fim do dia, até sexta-feira. 5 dias longe e eu já sinto o vazio da sua ausência. Como é que uma fedelhinha que nem 90 cms tem me faz tanta falta é que não consigo explicar, só sentir.
Ainda assim, permito que vá porque ela quer e gosta e porque sei que é bom para ela ( e também para nós ainda que me cause este sofrimento tolo ).
Há quem não entenda mas para mim estas ausências são pequenos grandes sacrifícios em prol do seu crescimento harmonioso. E acho que não há volta a dar, hoje ou daqui a 10 anos, vai-me custar sempre.

5 comentários:

Susie disse...

Como sabes, aliás, estamos em sintonia. Embora eu acabe por admitir, depois, que foi óptimo para mim e que me faz muito bem ter algum descanso das tarefas de mãe. Mas não é algo que faça de animo leve, ou imediatamente, sem ter que me mentalizar...e pensar...e relembrar-me que estou a pensar mais em mim do que nela... enfim!

Unknown disse...

Por acaso não sou assim :D
Confesso até que já tenho saudades de uns dias a dois (vou ter em Agosto uns dias a 1 já que eles vão os 3 de férias e eu fico por cá a trabalhar mas vão ser um tipo de férias também para mim e sinto que estou a precisar).
Fico cheia de saudades, é verdade, e adoro o reencontro mas sabe-me bem estar sem eles por uns dias...
Não podemos ser todas iguais, n'é? :)
Não fiques triste que passa depressa ;)
BEIJOS

InêsN disse...

nesse ponto estamos em pólos opostos!!

;)

Ana disse...

Como eu te compreendo... sinto exactamente o mesmo!! Este ano vai ser o segundo ano que vou passar 1 semana sem ele e quando penso nisso já fico angustiada. Lá está, não pela falta de confiança nos meus papás, mas pela falta que ele me faz!!!

Beijocas

Jolie disse...

Pois, eu depois de passar uma fase parecida, acabei por perceber que ficávamos mesmo todos a ganhar.

Aproximam-se duas semanas em Agosto que eles ficam com os avós na terra deles e nós regressamos ao trabalho.

Não posso dizer que não me custe, mas entre terem quinze dias para correr livres e sem grandes rotinas ou enfiá-los na escolinha das 9h às 18h, prefiro sem dúvida a primeira opção :)

Dá tempo ao tempo. :)