19 dezembro 2008

Aproveitando este bocadinho de tempo

Ela:

Tenta assobiar e às vezes lá sai um som que a custo se pode chamar de assobio. Ela diz que já assobia, eu digo que ela anda a tentar :)
Tenta estalar os dedos mas ainda não o faz com som.
Já gosta de ver alguns desenhos animados mas nada de longas metragens de filmes de animação. Gosta do Baby Tv e do novo Jim Jam mas só vê de manhã enquanto a visto. Exporadicamente fá-lo o final do dia mas regra geral prefere brincar a ver tv e nós também.
Começou a desenhar letras sem a ensinarmos, por iniciativa própria, sem perguntar como se faz. Faz a letra C, o I, o T e tenta o L, embora sem grandes resultados. Nós só observamos, não ensinamos nem corrigimos.
As brincadeiras do momento envolvem dinheiro e pagamentos ( comprar qualquer coisa ). Outro dia, em casa da sogra viamos o filme mama mia. No inicio do mesmo começou a distribuir cartas como sendo os bilhetes do cinema. O meu sogro deu-lhe uma nota de 5€ para pagar os bilhetes, analisou e disse: Não chega!
Nas compras, se antes já o fazia, agora é uma constante: Mãe, isto é caro? Mãe está barato? Mãe tens dinheiro para comprar?
O tema da festa da escola de Natal da sala dela foram os meninos pobres/sem abrigo. Desde há uns tempos que pergunta porque há meninos que não tem roupas, que não tem comer, que não tem brinquedos e porque as mães deles não lhes dão essas coisas. Expliquei que muitas vezes as mães também não tinham dinheiro e a pergunta imediata foi,
- Mas porquê? As mães deles não trabalham?.E tu mãe trabalhas e tens dinheiro, então podes dar aos meninos que não têm. Já trabalhaste hoje? Já recebeste dinheiro? Podemos comprar comida? Tens dinheiro?
Recebeu a bicicleta antecipadamente na festa de Natal de uma das empresas e ficou muito contente mas ainda não andou, não tivemos ainda tempo de montar as rodinhas. Ficou a pensar que o Pai Natal está meio taralhoco e entregou a prenda antes de tempo :)
Distingue o Francês do Inglês e eu nem sei como porque não falamos línguas estrangeiras em casa( e não tem na escola ), suponho que tenha sido fruto de 1 semana na Bélgica a ouvir Inglês, Português e às vezes Francês.
Anda " traumatizada " com o facto de ser baixinha, fruto de uma colega da escola que o menciona constantemente. Já lhe expliquei que o que interessa não é como somos, se altos, baixos, magros, gordos, interessa o que fazemos, se somos bons ou maus. Entendeu, concordou, mas continua a não saber o que responder à colega quando a " provoca ". Não quero que responda " à letra " se não já lhe teria dito qualquer coisa como: " Diz-lhe que tens o cabelo grande como as meninas e ela não, ou diz-lhe que já sabes contar até 20 e ela não ". Não quer cultivar este espírito nela, mas sim o da tolerância. Juízos de valor e críticas aos 3 anos parece-me demasiado duro. Tem " tempo de serem cruéis ".
Comprei um livro com a história de uma princesa baixinha que era muito valente. Não lho li ( lá está, o tempo ), mas expliquei-lhe resumidamente do que falava. Será para levar para a escola. Ando à procura de um outro mais específico que fala nas diferenças físicas dos meninos. Não pela minha, que felizmente, ainda não tem a capacidade de apontar o dedo às diferenças, mas para que a minha não seja alvo desse dedo apontado, porque é pequena.
Fiquei a pensar que se esta criança olha à diferença de alturas, o que fará às diferenças físicas mais marcantes, como deficiências ou diferenças raciais. Não deixei de pensar se isto não será um reflexo do ambiente familiar, é que não me parece " normal " que aos 3 anos não se seja tolerante, mais, que aos 3 anos " se vejam estas diferenças ".

1 comentário:

Unknown disse...

Tens duvidas que ela "copia" o que vê em casa!?!? Claro que sim! Se os Pais fazem diferença, os miudos tb fazem!! Diz à Bia para responder:
"Baixinha, mas bem gira!!!!"