24 setembro 2008

Vamos ver

Fui a um neuro-oftalmologista, a tal sumidade nacional recomendada off the record pela oftalmologista do hospital. Aceitou o meu caso por ter sido recomendada pela colega, caso contrário acho que não aceitaria por causa da tal história da " ética e deontologia " profissional. Ainda assim, sendo uma sumidade, achei-o bastante humilde e humano.
Ao contrário da minha " ex-oftalmologista " ( que não irei lá mais ), não acha que a cortisona seja necessária para a cura dos edemas ( e ando eu há mais de um ano a encharcar-me em doses cavalares de cortisona muito superiores ao meu peso para supostamente curar os edemas, que a partir de uma determinada altura era a teoria que mantinham para me manterem a cortisona ), aliás acha mesmo que é uma das causas do problema, ao causar aumento de peso ( e o excesso de peso é um factor desencadeante da hipertensão intracraniana ) e retenção de líquidos. Outro motivo que pressupõe ter sido a causa do meu " achaque " de quinta-feira foi a alteração feita na medicação e o facto de a mesma ser em doses insuficientes.
Quando em Julho detectaram novamente a hipertensão intracraniana, na penúltima punção foi-me receitado um medicamento que já inicialmente tinha tomado. Foi-me receitado 1/4 da dose adequada. Como o mesmo me causava muitos formigueiros ( o que me fez muitas vezes parar o carro no meio do trânsito, sair do mesmo e ter de andar na rua enquanto os restantes condutores esbracejavam, me chamavam nomes impróprios ou ameaçavam chamar a polícia ) e a situação era insustentável para que eu continuasse a ser " independente ", perguntei se haveria algum substituto. Mudou de medicamento e de facto o formigueiro desapareceu,mas acontece que o substituto não é substituto nenhum e portanto, ao fim de quase 2 semanas de mudar de medicamento o corpo estoirou e a pressão intracraniana disparou para níveis para lá do exagerado e do aceitável
A nova médica neurologista que me viu neste mesmo hospital disse o mesmo e deu-me o mesmo medicamento dos formigueiros com uma fórmula ligeiramente diferente, mais bem tolerada e com menos efeitos secundários.
Erro médico sem dúvida alguma que me podia ter causado a cegueira ou lesões cerebrais ainda piores mas infelizmente neste país os médicos são uma comunidade mafiosa, "protegida " pelo seu código deontológico e de ética que os proibe de enfrentarem um tribunal e por em causa a actuação de um colega, sob pena de perderem a carteira profissional e deixarem de poder exercer. Tenho de me conformar com o facto e a única coisa que poderei fazer é mesmo ir até ao hospital, marcar uma consulta com a tal neurologista como se nada fosse ( que até é doutorada e não apenas licenciada ) e expor o meu descontentamento e que de facto errou e que tenho consciência do seu erro. Nada farei porque será gastar dinheiro em tribunais ingloriamente mas pode ser que " chamando-a à razão " pense 2 vezes quando fizer prescrições nos seus doentes. Ninguém tem conhecimento absoluto e por isso mesmo nada nos envergonha se assumirmos isso mesmo e perguntarmos outras opiniões. Errar é humano é certo, mas um erro médico pode por em causa vidas e por isso mesmo os casos e decisões são para serem tomados em conjunto, por equipas médicas e não isoladamente.
Sexta-feira, também através do tal factor C(unha), vou a um dos melhores neurologistas do país para me livrar em definitivo das teias daquele hospital e procurar em definitivo a cura.
Bem e resumindo a consulta, tenho edema e apagamento dos bordos nasais sim mas nada como da primeira vez embora mais acentuado no olho esquerdo que no direito. Nada de muito grave, desta vez e felizmente, não me comprometeu quase nada a visão ( se bem que fiquei com pontos nulos de visão que muito provavelmente não recuperarei ). Ainda assim disse que tenho um nervo óptico muito resistente e que tinha visto casos com edemas como o meu com lesões ópticas muito graves. Não quis falar-me directamente na cegueira mas disse-lhe que tinha consciência disso e por isso mesmo tinha ido ao hospital quando a tensão subiu. Acenou com a cabeça positivamente.
O tratamento passa pela paragem da cortisona, que já está em nivéis que pode ser parada a terapeutica em 2 ou 3 semanas, ainda que seja de forma violenta e que possa significar uns dias " de ressaca ". Passa igualmente pelo medicamento que estou a fazer e pela perda de peso mas a cirugia ao crânio não está posta de parte. Vamos ver como evolui ( ou antes, como regride ) e esperar pela opinião do novo neurologista.
Espera-me também uma consulta de endocrinologia para verificar os niveis da tiróide e as análises necessárias para saber se haverá alguma terapeutica para ajudar na perda de peso em conjunto com uma dieta que se pressupõe rigorosíssima mas é isto ou caso contrário a cirugia é quase garantida.

7 comentários:

Unknown disse...

Olha....nem sei o que te diga!!

Maldita incompetência! O pior é que realmente pouco ou nada podemos fazer!!!!

Sara CS disse...

Bem..., pelo menos agora estás em melhores mãos.
Tudo a correr bem, amiga!
Beijinhos,
Sara

Ana disse...

Infelizmente nunca sabemos muito bem se estamos em boas mãos...
Torço para que corra tudo bem e que não seja necessária a cirurgia.

Beijocas grandes

Unknown disse...

Epá... no comments :(
Beijocas e que reuperes rápido!

Ana Rute Oliveira Cavaco disse...

as melhoras!

Ana disse...

Nem sempre os hospitais particulares, e por acréscimo os médicos que lá trabalham são os melhores.
São espaço mais dignos de pessoas doentes, é verdade, mas não tão bons quanto a pessoal com experiência.
Quando tive uma úlcera na córnea, andava a ser acompanhada por um médico particular e um de São José. Após 2 meses de baixa e a fazer vida só nocturna (os olhos não suportavam a luz) quem me curou foi o de São José. O chefe de oftalmologia de lá.
Também é preciso sorte e no meu da tua história ainda se encontra alguma.
Força amiga!

Lúcia disse...

É um facto o que dizes Ana, mas os médicos deste hospital ( neurologistas ) fazem parte da equipa do sta Maria, hospital ao qual pertenceria se estivesse no público, a história seria a mesma. Não se põe o facto da experiência até porque quem supostamente errou no meu caso foi uma das mais conceituadas, como disse, prof.dra. Em todas as outras decisões foram tidas em conjunto, em equipa, quando esta pegou no meu caso, penso que passou a decidir sózinha, como se soubesse claramente o que fazia quando continuo sem um diagnóstico certo.
De qualquer forma, tanto o novo neuro-oftalmologista quanto o neurologista são ambos de forma particular que não posso de maneira nenhuma estar sem acompanhamento até ter uma consulta no público. Infelizmente não posso esperar, se não te garanto que não estaria a gastar os milhares de euros que já gastei, milhares amiga, milhares, só na terça feira foram 180€.