A cena: de manhã no carro ( voltei a conduzir , voltei a conduzir, voltei a conduzir ) :) :
- Atirei o pau ao gato, to...
Um cão atravessa à frente do carro com ar abandonado e triste e eu paro
- Cuidado com o cãozinho mãe, senão ele assustasse e morde e o carro aueija-o e depois vai para o hospitau e fica morto, não é?
Só fui capaz de lhe responder:
- Mas eu parei para o cãozinho passar, viste? Sabes que não se faz mal aos animais nem às pessoas não é? ( numa de disfarçar a história hospital/morte que não sabia como lhe responder )
- Poi zé!
Esta associação de hospital a morte ( é claro que ainda não tem noção verdadeira da morte ou será que tem? ) só me faz reforçar ainda mais a ideia de que sempre que tenha de ficar internada, não lhe dizer a verdade, pelo menos por enquanto. Sou muito pelo dizer sempre a verdade, explicar, mas não me parece que tenha maturidade para perceber que mesmo indo e estando no hospital eu não vou desaparecer da vida dela.
Começou a " perceber " a morte ao perguntar por familiares já falecidos ( que há já um tempo os laços de família tem feito aquela cabecinha fervilhar, do tipo, quem é o teu avô e quem é o pai do teu avô, etc ) e a explicação que lhe dava quando me perguntava onde estava o meu avô era de que tinha morrido e ido para o céu e que era agora uma estrelinha.
4 comentários:
Eu acho que essas vão ser as respostas mais dificeis de dar!!
Ainda não me calhou a mim!!
Felizmente!
Pois... ainda escrevi um post sobre a morte a semana passada...
No caso da Beatriz tb tenho ouvido-a a dizer coisas como: "...e depois leva um pum e fica matado!" Eu acho que tem a ver com a convivencia com as crianças mais velhas (5 anos) q partilham a sala dela. E das coisas q vai ouvindo na televisão. Por mais cuidado q tenhamos, ás vezes mesmo os comerciais passam coisas q elas absorvem.
Bjs e bom fim de semana.
Carla e Beatriz
PS: Eu percebi q não tinhas passado a lua de mel no monumental Lido ao ver o resto das fotos. Daí ter apagado o comentario que escrevi antes. Mas achei piada á foto, porque tenho uma "igual"!
Quando o meu Pai faleceu dissemos à Lú (que tinha 2 anos e meio) que o Avô estava com um dói dói muito grande e que tinha ido para a estrelinha.
Aceitou.
Hoje, com (quase)6, ainda fala nesses moldes, mesmo percebendo mais sobre a morte.
Penso que enganá-los não é a solução mas esta da estrelinha, para mim, não é engano, é um "embelezamento" do que acontece (acredito que sim!).
Beijocas
Acho que fazes bem, Lúcia. Também não sou a favor que se minta, mas dado a idade dela e se faz esse tipo de associações é a melhor atitude.
Beijinhos
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