Eu pensei que nunca mais escreveria sobre isto. Parece que me enganei.
Vamos ver que a posição para escrever não é das melhores mas pela preocupação que sinto em vocês venho informar-vos.
A tensão arterial ontem não dava mostras de baixar e a preocupação não era tanto a tensão elevada ( que por si só faz aumentar a pressão intracraniana e esta por sua vez comprime o nervo óptico e pode levar à cegueira ) mas as alterações na visão que senti, sinal inequívoco de que a pressão intracraniana estava alterada, obrigaram-me a ir. Não queria mesmo porque tinha quase a certeza do que viria a seguir, a punção lombar, afinal é já a 7ª em 1 ano e 1 mês além de que sabia que as mínimas alterações podiam levar a punções de urgência.
Aguentei-me até depois de almoço, organizei o que pude do trabalho e fui até ao hospital, conduzida.
A tensão não dava tréguas e nem depois de um comprimido mais um sub-lingual baixou para níveis normais.
Sou observada pela neurologista, edema bi-ocular ( outra vez ) e bordos totalmente apagados, trocando por miúdos, houve lesão ocular.
- Vai ficar internada e amanhã faço-lhe uma punção lombar para retirar liquor e baixar a pressão intracraniana. Ainda hoje ou amanhã faz uma nova Ressonância.
Insisti para me deixarem ir para casa e que estaria bem cedo no hospital. " Proibiram-me " de sair. Peço para ser observada por um oftalmologista e para fazer nova retinografia, antes do veredicto final. Concordam e lá sou observada por outra oftalmologista que não a minha. Explico a situação, digo que não quero ficar internada e tenta por tudo. Há edema ocular confirmado, liga a um colega neuro-oftalmologista que diz para prescrever mais um OTC e uma RM. Faço o exame ( semelhante à retinografia ) e compara com os anteriores.
- Está pior. Não posso dizer que está igual porque não está e eu como oftalmologista tenho menos peso que a neurologia. Não consigo livrá-la do internamento.
Aceito e no entretanto dá-me off the record o contacto do tal colega que ela diz ser a sumidade nacional em oftalmologia que já tinha tratado muitos casos semelhantes.
Fiquei internada, fiz a punção hoje, sem a mínima dor ( apenas a da picada da agulha que nem posso considerar como tal ), à primeira tentativa. A primeira em 7 assim tão simples. Pressão a 49. Hiper elevada. O normal aceitável é um máximo de 25, embora esta neurologista até diga que o máximo seriam 20. Tirou quase 30 ccs de líquor e não tirou mais que comecei a sentir as dores de cabeça da falta do líquido ainda estava a agulha nas minhas costas. Pôs a hipótese de eu ainda lá ficar hoje mas disse convincentemente que não queria.
Veio a primeia análise do líquor e aparentemente não há reincidência da meningite " apenas " hipertensão intracraniana. Pediu mais umas análises e pôs a hipótese de a primeira ( e única felizmente ) meningite ter sido uma meningite de Mainiers ( n sei se se escreve assim ) e não por sarcoidose.
A tensão arterial estabilizou e saí no compromisso de voltar na próxima sexta e ou ao mínimo sinal ligar-lhe e ir ao hospital.
Foi-me aumentada a medicação para a pressão intracraniana, volto a repetir punção num máximo de 4 semanas e no caso de ainda ter hipertensão intracraniana o cenário não é dos melhores mas por enquanto não quero pensar nisso, ou por outra quero pensar sim, para caso seja necessário esteja psicologicamente preparada, mas quero ser optimista, pensar e desejar que a medicação faça efeito.
Apesar de tudo estou " bem ", cansada disto tudo, farta, saturada, enfim, mas " bem ".