16 maio 2006

Mãe Galinha

Apercebo-me que tenho um pouco de galinácia em mim quando:

- Não consigo dormir uma noite sem ter a minha filha comigo;
- Não consigo planear uma saída a 2... só a 3;
- Não consigo deixar de pensar nela durante o dia, mesmo que o dia de trabalho seja hiperpreenchido;
- Mesmo quando é inevitável ter de trabalhar em casa, não consigo deixar de ser eu a dar-lhe banho, a dar-lhe jantar, a deitá-la;
- Não consigo imaginá-la na adolescência a pedir-me para ir sair com os amigos;
- Por mais tempo que passe com ela acho sempre que não é suficiente;
- Por vezes me culpabilizo por estar com ela e não estar só para ela;
- O pai é deixado um bocado em 2º plano e me esqueço que antes de sermos pais somos um casal que se ama ( felizmente isso está a passar );
- As conversas com os amigos acabam por tocar sempre no " assunto: Beatriz ".

Amo-a muito, mais do que alguma vez imaginei ser possível, mas por vezes entendo que ela vai crescer, que cada vez menos irá querer estar connosco e talvez por isso queira sugar estes momentos até ao tutano, mas a minha vida e as pessoas que me amam e que amo não são só a minha filha e por isso por vezes sinto que devo balancear o meu amor, a minha atenção e por vezes tento ser menos mãe galinha ( porque nunca pensei vir a sê-lo um dia ). Não porque a ame de menos ou demais, ou que pense que tenha de o fazer só que no meu coração cabe muito mais amor e é com a soma de todos esses amores que sou verdadeiramente feliz e só comigo verdadeiramente feliz, a minha filha é uma bébé verdadeiramente feliz.

11 comentários:

Ana disse...

Já conversamos sobre isso, e espero, que de alguma maneira tenha contribuido para este "teu salto". Também me considero mãe galinha... mas temos de os "soltar" para serem amados por outras pessoas.
BOA AMIGA!!!!!!!!

Rita disse...

Olha eu tb sou assim, às vezes mais do que gostaria... telefonar duas vezes por dia (entre as 10h e as 15h) é ser mãe galinha?
Bjs mt grds pr vcs :)

Quita disse...

Faço minhas as tuas palavras!! E ando a fazer "terapia" para deixar de por o maridinho em 2º plano!!

Mil Coisas disse...

Acho que passamos todas pelo mesmo :) eu também sou mãe-galinha e achei que nunca o seria...

Beijocas,
Rute e André

Sofia disse...

eu sou e para já estou bem assim:)
beijinhos

Ana disse...

Eu não sou mãe galinha ou pelo menos acho que não sou.

A questão do casal é complicada mas acaba por vencer o amor.

Beijocas

Lúcia disse...

O que quero dizer é que amo muito a minha filha e não me " arrependo " disso, nem quero ama-la menos ou depender menos dela a questão é que existem mais pessoas na minha vida que amo e que são importantes para mim e todas essas pessoas estavam a ser deixadas para 2º plano. Quase que criei uma dependencia pela minha filha, de tal forma que só ela importa. É a pessoa mais importante na minha vida, as necessidades dela são mais importantes que a de qualquer outra pessoa, mesmo as minhas mas não posso esquecer que tenho família, amigos e um marido que amo e que foi desse amor que nasceu este amor ainda maior.
Apercebi-me que ser tão mãe galinha estava a impedir que a minha filha se desenvolvesse normalmente que gatinhe e se aleije para perceber os limites, que caia, que apanhe migalhas e coloque na boca, etc. Tudo isto faz parte do normal desenvolvimento de um bébé e evitar que vivencie isto é impedir o normal desenvolvimento e impedir que entenda os limites. Dei comigo a fazer-lhe isso, a evitar que caia, a levantá-la sempre que me pede em vez de a incentivar a levantar-se por si, a não a colocar de barriga para baixo permitindo que gatinhe só porque não gosta de estar assim. Tudo tem de ser doseado e eu estava a exagerar com a protecção, tanto que a estava a impedir de crescer e explorar.

Maria-e-Mamã disse...

Oh Lúcia,deixaste-me de lágrima no olho e tão mais aliviada,é k comigo passa-se totalmente a mesma coisa,revi-me todiiiiinha,nas palavras que aqui escreveste..Lindas as palavras,a tua filhota vai adorar lê-las um dia...Gostava tanto de ser um pouquinho mais desprendida..mas não consigo,nem mesmo consigo tentar..Ai,ai,amor de mãe...

Xana disse...

Entendo-te perfeitamente!
Ontem o meu marido ligou-me a dizer que o Vasco ía dormir na casa da mãe e estava decidido. Até me vieram as lágrimas aos olhos... mas como ele disse, precisávamos de descansar e de namorar... temos de começar a aprender a deixá-los um pouquinho. Mas custa tanto. Não adiantou de muito porque ficámos com ele em casa da minha sogra até à hora dele ir dormir e hoje de manhã assim que acordei a primeira coisa que fiz foi ligar para saber dele! Foi a segunda vez que me separei dele e das duas vezes por ultimatos do marido. Confesso que me soube bem despachar-me de manhã À vontade com tempo para mim, mas faltávam-me qualquer coisa e sentía-me culpada por me estar a saber bem aqueles minutinhos. Nada que uma descasca da melhor amiga/madrinha do Vasco não tenha resolvido!

Beijinhos

Xana disse...

Há novidades do encontro de meninas dos blogues y sus hijos no meu blog, vai lá votar!

Beijinhos

Unknown disse...

Somos progenitores, somos com quem eles podem contar, mas somos pessoas que amamos e que precisamos de tempo para nós. E enquanto casal, não nos pudemos esquecer do outros, porque assim a felicidade que agora existe desvanece e passa a existir tristeza e culpa. Porque pudiamos ter evitado a distância e o romance e não conseguimos. O casal é o alicerce!
Permite-me a opinião, mas eu também sou assim, mas tento não me esquecer do meu mais que tudo :))
Bom romance!
Beijinhos

Susana+Maria