Vacinas

Eu queria evitar falar no assunto desta vez, até porque não foi "pacífico" de qualquer forma, não consigo deixar de me sentir revoltada.

Sexta-feira dia 6/10 :
Vou para o Centro de Saúde apinhado de idosos para receberem a vacina da gripe. Depois da espera entro com ela. Retiro a prevenar do saco de conservação e ficam a olhar para mim.
As duas enfermeiras olham para o boletim e dizem, ela não pode ser vacinada hoje, só dia 7. Além disso a Prevenar não é agora é só aos 18 meses.
Coloquei a minha cara de espanto 37 e disse: Mas dia 7 é amanhã, presumo que não vacinam aos Sábados. E o plano de vacinação da Prevenar que até cá deixei tem lá aos 15 meses a última dose.
- Deve ter confundido mãe é aos 18meses. Quanto à VASPR fica para segunda-feira, hoje não pode ser.
Começo a entrar em parafuso : Ouça, depois da espera toda vai-me dizer que não dá a vacina e que tenho de vir para cá novamente segunda feira? Tem noção do que me está a dizer? São 2 manhãs de trabalho que perco e 2 sessões de stress a que sbmeto a minha filha.
O vosso colega que a vacinou no dia 7/9 frizou por mais que uma vez que não podiamos deixar passar nem um dia e que a vacina dos 15 meses teria de ser dada no dia 7. Sendo o dia 7 Sábado e não podendo passar dia nenhum, venho hoje, como é óbvio.
-Ahh, mas quem diz um mês diz um mês e uns dias, não passar dia nenhum é força de expressão.
-Não, força de expressão é dizer, não deve passar muito mais que um mês entre as vacinas, o que o seu colega disse foi que tinha mesmo de cumprir os 30 dias de distância.
Parece que sou irresponsável e que não tenho trazido a minha filha à vacinação quando é suposto.
E aí começou a amenizar a coisa:
- Óhh mãe, não é nada disso, só que a vacina da varicela é uma vacina viva, agora vai tomar outra e é perigoso.
-Pode ter toda a razão, não discuto nem quero pôr em risco a minha filha, só que é absurda a observação do seu colega. Vocês entendam-se.
Uma das enfermeiras sai de fininho e diz-me:
-Peço desculpa pela minha parte e pelo erro do meu colega.
A outra fica a olhar para mim e diz,
- Pois mãe, é melhor voltar na segunda.
Saio de lá tão rápido que me esqueço do livro amarelo.

Segunda-feira 9/10:

Estou já em modo de alerta. Não levo a Prevenar que fica guardada no frigorífico do escritório.
Depois de mais uma espera, desta vez mais pequena porque havia pouca gente chamam-nos.
Uma das que me atendeu na sexta pergunta pela Prevenar.
Apetece-me dar-lhe um grito mas contenho-me e pergunto se não se lembra de me terem dito na sexta feira que apenas deveria vacinar aos 18m.
-Ahhh sim, é só para não serem 3 vacinas ao mesmo tempo, é melhor, ela agora leva a Meningite C.
Entretanto a Bia faz um real presente na fralda e como tinha deixado a mochila no carro não a posso trocar. Comento que é estranho que tenha feito porque geralmente não o faz de manhã.
A enfermeira diz-me: Ela está nervosa, já sabe para o que vem.
- Humm, talvez não se lembre, não sei.
-Basta a mãe estar nervosa para ela sentir. Esse elo não se desfaz nos primeiros anos.
Pronto, derreteu-me o coração e lá retirei a cara de má com que entrei.
Dada a vacina que teve direito a muito choro mas que passou no momento em que a pego ao colo, saí o mais rápido possível e mais uma vez esqueço-me de registar o incidente de sexta-feira.
Tenho pena de só usufruir do centro de saúde para a vacinação e ainda assim ter um tratamento de segunda, eu e todos os utentes. Desconto muitas centenas de Euros mensalmente e o atendimento que dão é como se nos fizessem um favor.
Sr Ministro não é apenas a Segurança Social que tem de sofrer alterações, é todo o funcionamento público.